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04 de abril de 2013 (Bibliomed). Pessoas que nascem por cesariana têm maior risco de serem obesas do que quem nasce por parto normal. A conclusão é de estudo realizado na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da Universidade de São Paulo (USP).
Segundo os pesquisadores, as mudanças causadas na microbiota intestinal induzida pela cesariana são as causadoras desse risco. Denise Nascimento Mesquita, responsável pelo estudo, explica que essa é a primeira vez que se prova que outros fatores fora os ambientais, genéticos, fisiológicos e comportamentais podem induzir à obesidade.
A pesquisadora diz que a cesariana pode contribuir para a obesidade abdominal e subcutânea na idade adulta, e não somente na obesidade total calculada pelo índice de massa corporal (IMC). A pesquisa considerou, também, as condições materna, de gestação e do recém-nascido, para avaliar se esses influenciam no desenvolvimento desses tipos de obesidade.
Hábitos de vida e fatores socioeconômicos na idade adulta também foram levados em consideração no estudo. Os indicadores de obesidade abdominal utilizados foram a circunferência da cintura (CC), a razão cintura-altura (RCA) e a razão cintura-quadril (RCQ), e como indicadores de obesidade subcutânea a prega cutânea tricipital (PCT) e a prega cutânea subescapular (PCS). A análise da relação do parto com esses indicadores (de obesidade abdominal e subcutânea) foi realizada por meio de regressão de Poisson, modelo estatístico que estima o risco de um fator estar associado ao risco estudado.
O estudo envolveu 2.063 jovens com idade entre 23 e 25 anos que foram divididos em dois grupos: um no qual foram avaliadas as variáveis do nascimento (sexo, peso do recém-nascido, tabagismo materno durante a gestação, escolaridade materna no momento do parto, idade gestacional e paridade), e outro onde foram avaliadas as variáveis do nascimento e da fase adulta (escolaridade, renda familiar atual, tabagismo, prática de atividade física, consumo de calorias na dieta, porcentagem de gordura na dieta, idade e cor da pele).
Os resultados mostraram que 32% das pessoas avaliadas nasceram de cesariana, e esses apresentavam maiores medidas de adiposidade do que aqueles que nasceram de parto normal. A pesquisadora ressalta que o aumento de gordura corporal é multifatorial, ou seja, outros fatores além da cesariana podem fazer com que se ganhe ou se perca peso.
Fonte: Agência USP, 02 de abril de 2013
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