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Norte-Americanos Não Lavam as Mãos, diz Pesquisa

Por Maggie Fox, Correspondente de Saúde e Ciências

TORONTO (Reuters) - Os norte-americanos podem alegar que lavam as mãos, mas um terço ainda escapa de banheiros públicos sem mesmo olhar para a pia, informaram pesquisadores na segunda-feira.

Segundo pesquisadores, eles também não mantêm as mãos limpas em casa e estão passando os microrganismos que causam resfriados, gripes e diarréia. A informação foi divulgada pelos cientistas em conferência sobre doenças infecciosas, organizada pela Sociedade Americana de Microbiologia (ASM).

"Muitas pessoas acreditam que resfriados são transmitidos em um passe de mágica através do ar quando as pessoas tossem ou espirram", declarou durante entrevista coletiva, Julie Gerberding, dos Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.

Estudos mostram que a maioria dos vírus que causam resfriados é disseminado através do contato físico -- as pessoas tocam o próprio nariz ou a boca e depois tocam alguém ou alguma outra coisa.

As bactérias que causam diarréia são facilmente encontradas nos banheiros. "Lavar as mãos é barato, fácil de fazer e funciona. Acredito que se fossemos realmente compulsivos em lavar nossas mãos, poderíamos reduzir drasticamente o risco de resfriados", disse Gerberding.

Um estudo de 1996 mostrou que os norte-americanos não lavam as mãos com tanta frequência quanto deveriam e os estudos têm mostrado que as pessoas em outros países não agem muito melhor.

A ASM lançou uma campanha de educação pública e fez um segundo levantamento. "Repetimos o estudo para verificar se as pessoas eram mais limpas do que disseram ser", disse Barbara Hyde, porta-voz da ASM.

A ASM contratou a Wirthlin Wordwide para observar 7.800 pessoas em banheiros públicos e verificar se lavavam as mãos. Os banheiros, em Nova York, Chicago, São Francisco, em estádios de baseball de Atlanta e Nova Orleans, tinham pia com sabão e toalhas.

"As mãos mais sujas estão em Nova York. Apenas 49 por cento das 2.283 pessoas observadas lavaram as mãos depois de usar um banheiro nas estações Grand Central e Penn", informou em comunicado a ASM.

As pessoas do meio-oeste pareceram ser mais limpas: 83 por cento daquelas que foram observadas lavaram as mãos com sabão e água em Chicago.

Em todas as cidades, as mulheres lavaram as mãos com mais frequência que os homens. O levantamento verificou que 75 por cento das mulheres lavaram as mãos depois de ir ao banheiro, contra 58 por cento dos homens.

Os pesquisadores também fizeram um levantamento por telefone com mil pessoas para verificar o que alegam fazer.

"Nove entre dez pessoas consideram que lavam as mãos depois de usar o banheiro, afagar o cachorro, antes de preparar a comida e quando trocam fraldas", informou Judy Daly, da Escola de Medicina da Universidade de Utah. Mas apenas 67 por cento delas fazem isso de fato.

Uma equipe da Universidade de Utah observou pessoas em casa e verificou que seguidamente falharam no teste de lavar as mãos, esqueceram de lavá-las depois de pegar galinhas, por exemplo, ou antes de preparar uma mamadeira para bebê.

Isso aconteceu quando estavam sendo observadas. Daly evitou acusar as pessoas que não lavam as mãos de serem sujam, oferecendo uma explicação mais delicada.

"As pessoas estão com a cabeça em várias coisas e querem fazer as coisas certas", disse a pesquisadora.

Um simples sabão e água é mais que suficiente para fazer o serviço. Não há necessidade para sabões "antibacterianos".

"Sabão ajuda a tirar e enxaguar a sujeira. O agente antibacteriano não acrescenta nada", disse Gerberding.

Sinopse preparada por Reuters Health

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