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Desenvolvimento infantil independe de família heterossexual

27 de abril de 2011 (Bibliomed). Um argumento usado por pessoas contrárias à adoção de crianças por casais homossexuais é a de que esses são incapazes de desempenhar papéis sociais e funções psíquicas fundamentais para a estruturação da família heterossexual clássica. Agora, pesquisa realizada no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP) mostra que a criação e educação que é dada por casais homossexuais não representam necessariamente uma perda psicológica para as crianças.

Realizado por Ricardo de Souza Vieira, o estudo mostrou que a estrutura familiar e suas funções que asseguram o desenvolvimento da criança não estão vinculadas com a orientação sexual do casal, mas sim com o desejo de ser responsável por ela. O pesquisador diz que são as relações de responsabilidade dos pais e da criança com os adultos que definem a estrutura familiar, e essas não sofrem alterações por causa da opção sexual do responsável.

“As relações de parentesco são mais simbólicas do que biológicas. As funções psíquicas são o que realmente importa para o desenvolvimento de uma criança, e elas estão descoladas do aspecto anátomo-fisiológico, do corpo”, diz Vieira.

O pesquisador explica que em um casal homoparental, ou seja, formado por homossexuais, tanto a função psíquica materna, mais próxima da criança e responsável por ensinar a linguagem e por cuidar e proteger com mais assiduidade, quanto a paterna, que limita a proximidade da criança com a mãe e tem a função de determinar limites e leis, podem estar ou não presentes, assim como nas famílias heterossexuais.

Segundo Vieira, a criança não sente necessidade de ter uma mãe do sexo feminino e um pai do sexo masculino, mas sim a do carinho que esses podem lhe oferecer. O pesquisador diz que, como o conceito de família homoparental ainda está em construção, os pais homossexuais se baseiam no modelo heterossexual, o que não quer dizer que esse seja o único ou o mais correto modelo de família.

Fonte: Agência USP, 25 de abril de 2011

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