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Traumas Aumentam Risco de Distúrbio Psiquiátrico, Diz Estudo

NOVA YORK (Reuters Health) - Enquanto experiências traumáticas, como estupro ou contato com morte ou violência, são conhecidos por aumentar o risco de as pessoas desenvolverem problemas psiquiátricos, poucos médicos perguntam sobre esses acontecimentos a seus pacientes, sugerem as descobertas de um estudo.

Ao perguntar sobre esses episódios, o trabalho dos clínicos gerais poderia ser facilitado na hora de diagnosticar distúrbios psiquiátricos, como depressão e ansiedade, além de auxiliá-los a oferecer tratamento apropriado e a conter custos do sistema de saúde, relataram os pesquisadores na edição de setembro do periódico científico Archives of Family Medicine.

"Investigar a exposição a experiências traumáticas pode ajudar os clínicos a identificar indivíduos com alto risco para distúrbio psiquiátrico", segundo E. Alison Holman e Roxane Cohen Silver, da Universidade da Califórnia, em Irvine, e Howard Waitzkin, da Universidade do Novo México, em Albuquerque.

Para garantir uma amostra com diversidade étnica, os estudos envolveram mais de 1.400 imigrantes, entre 18 e 66 anos, que vivem nos Estados Unidos. Eles eram predominantemente de baixa renda e foram atendidos em uma clínica comunitária.

Os resultados mostraram que cerca de 10 por cento das pessoas atendidas por clínicos gerais tiveram uma experiência traumática durante o último ano, e 57 por cento sofreram um trauma em algum momento da vida.

As descobertas indicam que esses pacientes eram duas vezes mais propensos a desenvolver distúrbio psiquiátrico, em relação àqueles que não passaram por nenhum trauma.

Os imigrantes da América Central tiveram as taxas mais altas de relatos de traumas (72 por cento) e os imigrantes mexicanos, as mais baixas (44 por cento). Contudo, tanto os imigrantes mexicanos quanto os da América Central apresentaram índices menores de violência doméstica em comparação aos brancos e aos latinos nascidos nos Estados Unidos.

Os imigrantes da América Central foram 76 por cento mais propensos a sofrer situações traumáticas do que os brancos nascidos nos Estados Unidos.

Os mexicanos nascidos nos EUA foram 40 por cento menos propensos a traumas do que os caucasianos. Os resultados mostraram que os mexicanos também tiveram menos propensão a diagnósticos de distúrbios psiquiátricos em relação aos latinos ou aos brancos não latinos nascidos naquele país.

Outros dados mostraram que as pessoas com distúrbio psiquiátrico frequentaram mais a clínica de saúde nos seis meses posteriores à entrevista com os pesquisadores.

"A extensão com que as experiências traumáticas aumentaram o risco de desenvolver distúrbios psiquiátricos, sugerem, de acordo com nossos dados, que eles podem contribuir indiretamente para o declínio nas funções físicas e para maior utilização dos serviços", concluiu a equipe.

Os pesquisadores informaram ainda que os médicos irão perceber um aumento de grupos diversos de pacientes por causa das imigrações. Muitos imigrantes terão experiências traumáticas em seus países, durante a imigração para os Estados Unidos, ou depois que chegarem.

"Dado o alto risco de viver (uma situação) de trauma entre os imigrantes e o recente aumento na imigração, é ainda mais provável que as unidades de atendimento primário encontrem pacientes que passaram por alguma experiência traumática na vida", concluíram os autores.

Sinopse preparada por Reuters Health

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