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Uso de analgésicos na gravidez pode afetar fertilidade de filhos homens, diz estudo

07 de dezembro de 2010 (Bibliomed). Os homens cujas mães usaram analgésicos leves como a aspirina e o paracetamol durante a gravidez parecem ter mais chances de terem problemas reprodutivos, segundo novo estudo publicado na revista científica Human Reproduction. De acordo com pesquisadores dinamarqueses, finlandeses e franceses, o uso desses medicamentos na gravidez pode ser uma das causas do aumento de distúrbios de fertilidade nos homens nas últimas décadas.

Acompanhando dois grupos de mulheres e seus filhos na Finlândia e na Dinamarca, os pesquisadores descobriram que as mulheres que tomaram, simultaneamente, mais de um analgésico durante a gravidez tinham sete vezes maior risco de dar à luz a filhos com testículos que não “desceram” - doença conhecida como criptorquidismo -, comparadas àquelas que não tomaram nenhum medicamento na gravidez. E essa condição, segundo especialistas, é um importante fator de risco para a baixa qualidade do sêmen e para o câncer de células germinativas testiculares na vida adulta.

Os resultados demonstraram, ainda, que as mulheres que tomaram qualquer analgésico no segundo trimestre de gestação tinham duas vezes mais chances de terem filhos com o problema. E o uso simultâneo de mais de um desses medicamentos nesse período poderia aumentar o risco em até 16 vezes. “Isto se dá porque os analgésicos interrompem a produção dos andrógenos, levando a um abastecimento insuficiente do hormônio masculino, testosterona, durante um período crucial da gestação, quando os órgãos masculinos estão se formando”, explica o ginecologista Joji Ueno, que não participou do estudo.

De acordo com o cientista Henrik Leffers, que liderou a pesquisa, “se a exposição aos desreguladores endócrinos é o mecanismo por trás dos problemas crescentes de saúde reprodutiva entre os homens no mundo ocidental, esta pesquisa sugere que uma atenção especial deve ser dada ao uso de analgésicos durante a gravidez, pois este pode ser um dos principais motivos para os problemas que enfrentamos hoje”. Embora sejam necessários mais estudos epidemiológicos sobre o assunto, o pesquisador recomenda cautela no uso desses remédios e o acompanhamento médico adequado.

Fonte: MW Consultoria de Comunicação. Press release. 06 de dezembro de 2010.

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