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Fumo passivo provoca complexa resposta inflamatória nos pulmões, diz estudo

30 de agosto de 2010 (Bibliomed). O tabagismo passivo é associado a diversos problemas de saúde, incluindo câncer, doença cardíaca e enfisema. E um novo estudo da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, pode ajudar a revelar o mecanismo responsável por muitos desses efeitos prejudiciais da fumaça do cigarro, principalmente em relação aos pulmões dos não fumantes.

Testes com ratos indicaram que o fumo passivo provoca uma complexa resposta inflamatória no pulmão. A exposição dos roedores à fumaça do cigarro em uma câmara especial - numa quantidade similar ao fumo passivo dos humanos em ambiente fechado - cinco vezes por semana durante dois meses causou mudanças significativas no tecido pulmonar desses animais.

Primeiramente, os cientistas observaram um aumento no espaço de ar alveolar - nos pequenos “sacos” de ar dos pulmões onde ocorrem as trocas gasosas -, o que indica o início da quebra da estrutura alveolar, como ocorre no princípio do enfisema. Além disso, havia um aumento no número de células de defesa chamadas macrófagos, indicando uma resposta imunológica à fumaça; mas essas células estariam distorcidas: “elas tinham um formato estranho, como se tivessem engolido partículas, o que pode prejudicar sua função”. Havia, ainda, o aumento nos níveis de interleucina-18, produzida pelos macrófagos e associada a fortes reações inflamatórias e à destruição dos tecidos.

Finalmente, a exposição à fumaça do cigarro parecia inibir o crescimento e proliferação de células endoteliais nos pequenos vasos sanguíneos dos pulmões dos roedores. Essas células são importantes para revestimento interno dos vasos e controlam a circulação das células brancas de defesa no sangue. A redução de sua quantidade torna as paredes dos vasos menos elásticas e mais permeáveis, o que pode levar à inflamação crônica, como a observada em doenças pulmonares como enfisema e bronquite crônica.

De acordo com os pesquisadores, entretanto, o tratamento com uma proteína produzida no fígado chamada alfa-1-antitripsina, normalmente presente no sangue, pode proteger os pulmões e outros tecidos dos efeitos danosos de enzimas destruidoras de tecidos produzidas por células inflamatórias. Nos humanos, a deficiência dessa enzima está relacionada à doença pulmonar.  “Descobrimos diferentes marcadores enzimáticos distintamente regulados mediante a exposição à fumaça. A regulação desses marcadores pode indicar uma forma que poderíamos tentar para proteger o tecido da destruição, em combinação à ativação da alfa-1-antitripsina”, concluíram os especialistas.      

Fonte: EurekAlert. Public release. 26 de agosto de 2010.

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