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Adversidades na infância podem aumentar o risco cardiovascular, diz estudo

17 de agosto de 2010 (Bibliomed). Passar por adversidades no início da vida, como pobreza, isolamento social ou abuso físico pode levar ao desenvolvimento de doença cardíaca mais tarde, segundo estudo apresentado neste mês na Convenção Anual da Associação Americana de Psicologia.

“Muitas doenças diagnosticadas na meia idade podem ser traçadas ainda na infância”, disse a pesquisadora Karen Matthews, da Universidade de Pittsburgh. “Ter alguns maus hábitos de saúde aos 20 e aos 30 é parte da explicação por que as pessoas têm doenças mais tarde. Entretanto, não é a razão completa. As evidências mostram que certas reações a experiências adversas na infância associadas a baixo status socioeconômico, isolamento e eventos negativos podem afetar o processo de doenças”, completa.

Diversos estudos apresentados na Convenção apoiam a ideia de que o acúmulo de estresse em todas as fases da vida aumenta o risco de doenças, com o final da infância e o início da adolescência sendo períodos críticos nesse processo, principalmente na saúde cardiovascular. “Nossos dados sugerem que esse grupo de idade é mais vulnerável aos riscos cardiovasculares se forem expostos a vários fatores estressantes, devido às mudanças hormonais e à sua sensibilidade à rejeição, à aceitação e ao modo como interpretam as atitudes dos outros em relação a si mesmo”, destaca a cientista.

Uma análise de três anos com 212 jovens com idades entre 14 e 16 anos, por exemplo, mostrou que aqueles de famílias com baixo nível socioeconômico eram mais sensíveis ao estresse e apresentavam, mais frequentemente, sinais precoces de doença cardíaca - incluindo maior rigidez nas artérias e maior pressão sanguínea. E, da mesma forma, outros estudos - inclusive com maior amostra e mais tempo de acompanhamento - indicaram que o isolamento social na infância aumenta o risco cardiovascular - com maiores níveis e glicose, sobrepeso, pressão e colesterol no início da idade adulta.

Baseados nos resultados, os pesquisadores recomendam a melhoria na qualidade da educação para essas crianças e nas condições para os pais - especialmente para os solteiros -, além da construção de relações sociais positivas, com o objetivo de minimizar as reações ao estresse e reduzir os riscos de doenças, principalmente nas comunidades mais carentes.

Fonte: American Psychological Association. Press release. 14 de agosto de 2010.

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