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28 de maio de 2010 (Bibliomed). Mulheres que ingerem muitas calorias, ou que favorecem a gordura saturada em detrimento das gorduras “boas”, parecem ter maior risco de desenvolver incontinência urinária, segundo estudo recentemente publicado no American Journal of Epidemiology. De acordo com especialistas americanos, os resultados não comprovam que mudanças na dieta podem ajudar a prevenir ou controlar a incontinência, mas sugere uma relação entre a grande ingestão de calorias e o problema, independentemente do peso corporal - fator de risco conhecido, junto à obesidade abdominal, para a incontinência urinária.
Avaliando dados de mais de 2 mil mulheres com idades entre 30 e 79 anos, os pesquisadores descobriram que 12% das participantes sofriam de incontinência urinária moderada ou grave - “vazamento” de urina pelo menos uma vez por semana ou perda involuntária significativa de urina uma vez por mês - , e que aquelas com maior ingestão de calorias tinham três vezes mais chances de estar entre essas mulheres. Um aumento similar no risco de incontinência foi observado entre as participantes que comiam maior porção de gordura saturada - proveniente, principalmente, de produtos de origem animal - e menor quantidade de gordura poli-insaturada, encontrada em óleos vegetais.
De acordo com os autores, essa relação ocorreria independentemente de peso corporal e fatores como idade, etnia e problemas de saúde, incluindo doença cardíaca e diabetes. Entretanto, ela necessita de mais avaliação para confirmação dos resultados e para desvendar os fatores envolvidos nessa relação da ingestão de calorias e gorduras com a incontinência urinária - os autores especulam que a inflamação crônica e sistêmica promovida pelas gorduras saturadas pode cumprir um papel, assim como uma maior atividade do sistema nervoso causada pela excessiva ingestão de calorias.
Enquanto não há evidências conclusivas, os especialistas destacam que o foco principal para intervenções no estilo de vida contra o problema continua sendo as mulheres com sobrepeso ou obesidade. E essas abordagens incluem, além do aumento nos níveis de atividades físicas, justamente a redução da ingestão de calorias e de gorduras saturadas, “o que pode ser saudável para todos”.
Fonte: American Journal of Epidemiology. 25 de abril de 2010.
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