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Alimentação por Sonda de Paciente Idoso Grave é Contestada

NOVA YORK (Reuters Health) - O mais popular método de alimentação por sonda não melhora a nutrição ou o estado geral de saúde de pessoas idosas gravemente doentes, de acordo com os resultados de um novo estudo.

Baseados nas evidências obtidas, os pesquisadores querem mais estudos para determinar que pacientes podem ser beneficiados por esse tipo de alimentação.

No fim da vida muitos idosos, que estão gravemente doentes em consequência de derrame, câncer ou outras doenças, são submetidos a gastrostomia endoscópica percutânea (PEG), a forma mais utilizada de alimentação por sonda.

Nesse procedimento, um tubo é introduzido no estômago pela parede do abdome. Conforme a equipe chefiada por Christopher M. Callahan, do Centro de Pesquisa sobre Velhice, da Universidade de Indiana, Indianápolis, mesmo sabendo que a PEG muitas vezes melhora a nutrição ou faz a pessoa sentir-se mais confortável no fim da vida, seu uso é polêmico.

Algumas evidências sugerem que a conveniência dos responsáveis pela assistência ao paciente e as questões financeiras podem influenciar a decisão de iniciar a alimentação por sonda, informaram os autores na edição de setembro da revista da Sociedade Americana de Geriatria.

O estudo incluiu 150 pessoas, a partir dos 60 anos de idade, que receberam a PEG. Segundo a equipe de Callahan, o trabalho sugeriu que a alimentação por sonda produziu poucos benefícios.

Cerca de 30 dias depois de iniciar a alimentação, 22 por cento dos participantes morreram e, após um ano, apenas 50 por cento ainda estavam vivos.

Conforme os relato, entre os que sobreviveram pelo menos 60 dias, a alimentação por sonda pareceu não ter causado efeito relevante na saúde. "Raramente os pacientes tiveram melhora no status funcional e nutricional", escreveram os autores.

"Mesmo sabendo que os pacientes neste estudo não tiveram melhora na nutrição, alguém pode argumentar que o objetivo da PEG é diminuir a taxa de declínio (das condições do paciente) e não o de reverter esse declínio", notaram Callahan e seus colegas.

Conforme os pesquisadores, pode ser mais fácil para os membros da família lidar com a morte de um ser querido, se souberem que ele recebeu nutrição adequada. Entretanto, a equipe notou que a base desse argumento é que a PEG pode apenas prolongar o sofrimento do paciente.

Ainda assim, a equipe observou que um pequeno grupo de participantes melhorou um pouco, inclusive houve diminuição da desidratação. No entanto, são necessários estudos mais amplos para identificar quem pode beneficiar-se mais com essa forma de alimentação, concluíram os autores.

Os resultados "confirmam que muitos pacientes sofrem com a colocação da PEG, a melhora clínica é rara e as taxas de morte são muito altas", conforme Thomas E. Finucane e Collen Christmas, do Centro Médico Johns Hopkins Bayview, em Baltimore, Maryland.

Em um editorial que acompanhou o estudo, Finucane e Christmas aconselharam que aqueles que tomarem a decisão devem levar em conta o alerta sobre a PEG: "Não temos qualquer informação que nos faça pensar que seu parente querido vá viver mais, de forma mais confortável, se realizarmos este procedimento. Sabemos que se a PEG for usada há uma chance muito alta do paciente morrer em breve."

Sinopse preparada por Reuters Health

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