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Resultado Preliminar de Estudo Liga Carne a Risco de Câncer

Por Todd Zwillich

WASHINGTON (Reuters) - O maior estudo já realizado no mundo sobre a função da dieta no desenvolvimento do câncer produziu resultados preliminares que apóiam a associação entre consumo de carne vermelha e câncer coloretal.

A Investigação Européia Prospectiva sobre Câncer e Nutrição (Epic) envolveu cerca de meio milhão de pessoas de nove países da Europa Ocidental nos últimos nove anos.

O estudo é uma tentativa de identificar estilos de vida e causas nutricionais para explicar a grande variação nas taxas de câncer em toda a Europa. A primeira parte dos resultados da pesquisa não estará disponível até abril do próximo ano.

Alguns dados preliminares apresentados, na terça-feira, durante o encontro anual do American Institute for Cancer Research (Instituto Americano para Pesquisa do Câncer) mostram que o consumo de carne vermelha é associado de forma significativa a um elevado risco de tumores intestinais.

Os resultados de 385 casos de câncer coloretal mostraram que as pessoas que comeram mais carne vermelha aumentaram o risco de câncer em 40 por cento enquanto, aqueles com consumo mais alto de vegetais cortaram o risco em 40 por cento.

"É exatamente o que esperávamos descobrir", disse Elio Riboli, pesquisador da International Agency for Research on Cancer (Agência Internacional para Pesquisa do Câncer), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS) que está cooordenando o estudo.

Conforme Riboli, os pesquisadores ficaram entusiasmados com as descobertas, pois elas confirmam que o enorme estudo tem potencial para descobrir até pequenas variações no risco de câncer.

Análises posteriores vão observar a influência dos fatores do estilo de vida como fumar, beber e fazer exercícios no câncer, assim como os efeitos de mais de 300 tipos diferentes de alimentos.

Os pesquisadores estão pedindo aos participantes que mantenham registros detalhados sobre o que comem e os resultados serão comparados com amostras de sangue que podem ser examinados em busca de marcadores biológicos dos alimentos consumidos e para testes genéticos de DNA.

Os pesquisadores já perceberam uma grande variação regional nos níveis de sangue dos marcadores biológicos nutricionais reconhecidos como fatores para redução do risco de câncer. Por exemplo, ácidos gordurosos encontrados em peixes são cerca de três vezes mais abundantes no sangue de pessoas da Dinamarca que no sangue de pessoas de Oxford (Inglaterra).

Conforme Riboli, as pessoas estudadas em Nápoles tiveram níveis duas vezes maiores de licopeno, uma substância química encontrada em tomates que parece reduzir os riscos de câncer na próstata, que os níveis encontrados em residentes no norte da Espanha.

Para o pesquisador, o estudo pode, eventualmente, se desdobrar para explicar enormes variações em diferentes formas de câncer que se proliferam na Europa e que fazem do continente "um laboratório natural".

Por exemplo, a incidência de câncer de mama é quatro vezes maior na Escócia que na Sicília, enquanto as taxas de câncer de estômago são muito mais altas na Espanha que na Inglaterra.

Os resultados preliminares sobre o câncer coloretal confirmam o que os pesquisadores sabem há dez anos: uma dieta com muitas frutas e vegetais pode ajudar a evitar o câncer.

"Precisamos saber quais frutas e vegetais e como podem especificamente proteger contra o câncer", disse Riboli.

Sinopse preparada por Reuters Health

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