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Alergia alimentar pode afetar emoções e vida escolar da criança, diz estudo

15 de outubro de 2009 (Bibliomed). A alergia alimentar é uma doença crônica de difícil controle que afeta a qualidade de vida das crianças em diferentes esferas da vida, segundo pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG). Em estudo apresentado em outubro no Congresso Brasileiro de Pediatria, os especialistas destacam que "as restrições na dieta e o risco de desenvolver reações causam impacto negativo na qualidade de vida", notadamente nos aspectos emocional e escolar das crianças.

Entrevistando 86 pais de pacientes com alergia alimentar em acompanhamento no Hospital das Clínicas da UFG, os pesquisadores notaram que o aspecto emocional pesou mais nesses pacientes, seguido de aspectos escolares, físicos e sociais. E, de acordo com os pesquisadores, os prejuízos escolares eram mais evidentes quanto maior a faixa-etária.

No aspecto emocional, os pesquisadores observaram que apenas 6,5% não tinham dificuldades nesse sentido; enquanto 35% eram nervosos, teimosos, agressivos e inquietos; quase um quarto apresentava tristeza, brigas frequentes e egoísmo por privação alimentar; mais de 14% tinham dificuldade e resistência à nova dieta; e mais de 10% apresentavam preocupação, ansiedade e insegurança. Em relação à vida escolar, 35% tinham dificuldade de concentração, baixo rendimento e dispersão, com quase 12% faltavam frequentemente às aulas.

Em relação aos aspectos físicos e sociais, os especialistas destacam que cerca de 40% não encontravam dificuldades. Mas alguns problemas foram relatados em relação aos fatores físicos – como dor (36,47%); dificuldade para correr rápido, quedas, cansaço fácil (17,65%); pouca energia e disposição (4,71%) – e na vida social – discriminação e preconceito, quebra de dieta (17,14%); isolamento (12,86%); restrição a passeios, eventos sociais e na liberdade familiar (12,86%); dificuldades financeiras (7,14%); não-acompanhamento a atividades com os amigos (5,71%); e timidez (4,29%).

Fonte: 34º Congresso Brasileiro de Pediatria. Outubro de 2009.