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NOVA YORK (Reuters Health) - Muitas mulheres que desenvolvem bulimia nervosa fracassaram em suas tentativas anteriores para perder peso, afirmam pesquisadores.
A descoberta pode ajudar a identificar pessoas sob risco de distúrbios alimentares, caracterizados pelo consumo compulsivo em grandes quantidades de alimentos em que se tenta eliminar as calorias através de vômito, uso de laxantes ou fazendo exercícios intensos.
"Esses resultados confirmam que, de fato, a maioria das pessoas que sofrem de bulimia apresenta o distúrbio após uma dieta severa, neste caso, uma tentativa de perder pelo menos cerca de 7 quilos", de acordo com Timothy D. Brewerton e sua equipe, da Universidade de Medicina da Carolina do Sul, em Charleston.
Os pesquisadores explicam que uma restrição severa de calorias leva a uma grande vontade de comer que pode fazer com que pessoas devorem grandes quantidades de comida.
Em um estudo de 85 mulheres com bulimia, 46 por cento delas tentaram perder pelo menos cerca de 7 quilos antes de ter o primeiro episódio da compulsão, em que comeram grande quantidade de alimento.
Os pesquisadores afirmam, na próxima edição do International Journal of Eating Disorders, que em média o primeiro caso ocorreu cerca de quatro anos após a primeira tentativa radical de perder peso.
A pesquisa aponta, no entanto, que cerca de 37 por cento das mulheres desenvolveram a compulsão alimentar antes de tentarem perder peso. Entre estas mulheres, a compulsão precedeu uma grave tentativa de fazer regime em cerca de 7 anos.
Em 17 por cento das pacientes, compulsão alimentar e dieta ocorreram ao mesmo tempo.
Os pesquisadores também descobriram que a depressão e o uso abusivo de álcool tendiam a ocorrer mais entre mulheres que fizeram dieta antes de seu primeiro episódio de bulimia e entre aquelas que tinham o distúrbio e faziam dieta ao mesmo tempo.
Essas mulheres também estavam mais propensas a apresentar índice de massa corporal -- uma medida do peso em relação à altura -- maior.
"Isso sugere que uma dieta rigorosa pode ter provocado depressão, assim como uso abusivo de álcool, e um aumento repercutido no peso, possivelmente devido a uma taxa metabólica menor e à compulsão", afirmam Brewerton e sua equipe.
Não houve diferenças entre os grupos na porcentagem de mulheres que foram estupradas, molestadas ou agredidas física ou sexualmente; peso corporal; ou no uso de diuréticos ou exercícios para controlar peso.
Sinopse preparada por Reuters Health
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