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A prevenção da gravidez, entre adolescentes, está dando certo?

09 de fevereiro de 2007 (Bibliomed). Um dos grandes problemas de saúde pública atualmente é a gravidez na adolescência. Tem se elevado, com o tempo, o número de adolescentes grávidas e a gravidez tem acontecido cada vez mais precocemente. Como a maioria destas gestações é não planejada, isso se torna um fardo pesado para as jovens, pois, também é comum a não aceitação desta situação por parte da família. Tal enredo culmina numa série de restrições para as adolescentes, tanto nos aspectos pessoais quanto nos sociais, o que impede uma estruturação adequada de suas vidas e contribui para a marginalização e para o surgimento de outros problemas.

Porém, quais seriam os motivos que levariam as adolescentes a não se cuidarem, favorecendo a instalação da gravidez? Vivemos numa sociedade em que a informação está ao alcance de todos, e em diversos ambientes, como na escola, as questões sexuais são abertamente discutidas. Será que toda esta gama de informações está sendo bem elaborada e adequadamente interpretada pelas jovens?

Com o objetivo de esclarecer alguns destes questionamentos, um grupo de pesquisadores europeus publicou um estudo na revista BMJ, em Janeiro de 2007. Tal trabalho avaliou o impacto, que um programa teórico de educação sexual, realizado na Escócia, obteve na prevenção da gravidez na adolescência, bem como comparou este programa com a educação convencional que é oferecida pelas escolas.

A pesquisa contou com a participação de 4.196 adolescentes, sendo que estas foram acompanhadas por um período de quatro anos e meio. As participantes foram dividas em dois grupos: (1) as que receberam instruções pelo programa de educação sexual e (2) as que receberam apenas a educação escolar convencional.

Os resultados do estudo não evidenciaram diferença significativa nas taxas de gravidez indesejada, entre as participantes de ambos os grupos, sobretudo dentre aquelas com idades entre 16 e 20 anos.

Assim, os autores concluem que, tal programa de educação sexual não é eficiente na redução das taxas de gestação dentre as adolescentes. Deve-se procurar outras formas de orientar as garotas desta faixa de idade, a fim de que elas possam entender os malefícios que a gravidez precoce traz sobre suas vidas, bem como as imensas restrições que esta situação provoca nas relações familiares e sociais.

Fonte: BMJ 2007; 334 (7585): 133 (20 January), doi:10.1136/bmj.39014.503692.55

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