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Médicos dos EUA Podem Prescrever Agulhas Esterilizadas

Por Amy Norton

NOVA YORK (Reuters Health) - Usuários de drogas injetáveis nos Estados Unidos conseguem suas agulhas de duas formas: através dos programas de distribuição de seringas, que visam frear a disseminação do HIV, ou com prescrição médica.

Apenas dois Estados - Delaware e Kansas - proíbem os médicos de prescrever seringas a viciados em drogas. Contudo, muitos profissionais de medicina não estão atentos para a legalidade desta prática ou não sabem o valor que seus esforços podem ter no combate à contaminação através de agulhas, informou Peter Lurie, do grupo de advogados Public Citizen em Washington D.C.

"Há, provavelmente, um grande número de médicos que nunca pensou sobre essas questões", disse Lurie à Reuters Health. Outros, acrescentou, estão "claramente preocupados" com a continuidade dessa situação.

Lurie e seus colegas revisaram a legislação dos Estados norte-americanos na edição de agosto do Annals of Internal Medicine (Anais de Medicina Interna).

Conforme o relato, a maioria dos Estados permite que os médicos prescrevam seringas para prevenir infecções entre usuários de drogas injetáveis.

Em Oklahoma e Ohio, a situação legal é um pouco confusa. Ambos permitem que os médicos prescrevam as seringas, mas proíbem as farmácias de vendê-las.

Poucos Estados exigem que todas as vendas de seringas em farmácias sejam feitas sob prescrição médica. Segundo Lurie, este é um obstáculo para os programas de distribuição de agulhas, nos quais os viciados podem trocar suas seringas usadas por outras esterilizadas.

Lurie também notou que os médicos poderiam fazer muita diferença no combate à disseminação de doenças contagiosas, sobretudo nos Estados onde a lei permite a prescrição.

"Queremos sacudir os médicos", disse Lurie. "O ponto é expandir as formas através das quais os viciados podem conseguir seringas", acrescentou.

De acordo com a American Medical Association (AMA), cerca de um terço de todos os casos de Aids e metade de todos os casos de hepatite C são relacionadas ao uso de drogas injetáveis.

Lurie notou, contudo, que as prescrições dos médicos não são a grande solução para o fim do problema do compartilhamento de seringas sujas.

"O que importa é que muitos (usuários de drogas injetáveis) não escolherão o caminho certo e muitos médicos não vão querer fazê-lo".

Sinopse preparada por Reuters Health

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