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Ingrediente Comum em Inseticidas Pode Causar Reação Alérgica

Por Charnicia E. Huggins

NOVA YORK (Reuters Health) - Os inseticidas domésticos podem ser eficazes para se livrar de pequenas criaturas, mas certos ingredientes como piretrinas podem desencadear reações alérgicas, incluindo ataques de asma aguda em humanos, de acordo com o estudo.

Uma menina de 11 anos com um histórico de asma de cinco anos deu banho em seu cachorro usando um xampu que continha 0,2 por cento de piretrina. Em dez minutos, ela desenvolveu falta de ar grave com respiração difícil e foi levada imediatamente ao hospital.

Apesar do tratamento agressivo dado por atendentes de saúde, ela morreu de parada respiratória em menos de três horas após sua exposição ao xampu.

Os pesquisadores destacam que o xampu com piretrina pareceu ser o desencadeador do ataque de asma da menina, pois o cão estava na casa da família há muitos anos e a menina sofreu um ataque de asma médio quando foi exposta ao xampu dois anos antes.

A piretrina é um ingrediente de inseticidas preparado a partir de flores de piretro, "plantas da família 'Compositae', que inclui margaridas e crisântemos", destaca Sheldon L. Wagner, em uma carta publicada na edição de agosto do Western Journal of Medicine.

A substância apresenta baixa toxicidade em humanos, mas pode causar erupção cutânea, irritação do trato respiratório superior e, em casos raros, ataques de asma que oferecem risco potencial à vida, de acordo com estudos publicados.

Entretanto, atualmente, a piretrina não é "classificada como (um alérgeno) pela Agência de Proteção Ambiental", afirma Wagner. Devido ao processo de extração da piretrina do piretro, ela "pode conter pequenas, mas ainda alergênicas, quantidades das impurezas encontradas no (piretro)", explica Wagner.

Ele suspeita que a piretrina também pode causar alergias. Esta pode ser uma causa para preocupação, devido a seu uso crescente e frequente em casas e seu fácil acesso ao público, alerta Wagner.

"Os fabricantes não são exigidos a colocar no rótulo que as formulação de piretro são alérgenas", acrescentou Wagner.

Sob as circunstâncias da morte da menina de 11 anos, profissionais de saúde que se depararem com doenças respiratórias ou alergias de pele de causa desconhecida devem considerar a "possibilidade de uma reação alérgica aguda ocorrendo devido ao uso de qualquer inseticida com piretro no mercado", aconselha Wagner.

"Este caso sugere que os médicos também devem ficar alertas às formulações comercializadas como piretrina", ressalta Wagner.

Além disso, consumidores que usam inseticidas com piretro ou piretrina "devem estar cientes...da possibilidade de uma reação alérgica da mesma forma que eles sabiam que eram alérgicos à hera venenosa, carvalho venenoso ou a uma erva conhecida como ragweed", disse Wagner.

Atualmente, a piretrina está sob avaliação para obter segundo registro da Agência de Proteção Ambiental (EPA) - um processo que será concluído em 2002, de acordo com uma porta-voz da EPA.

O programa de segundo registro na EPA "garante que pesticidas antigos acompanhem padrões de saúde e segurança contemporâneos e requerimentos de rotulagem do produto e que seus riscos sejam suavizados".

Sinopse preparada por Reuters Health

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