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Óleo de copaíba é testado em 9 tipos de câncer

05 de Junho de 2003 (Bibliomed). Substância sintetizada em laboratório a partir de componentes isolados do óleo de copaíba apresentou resultados importantes contra nove tipos de câncer, inibindo ou matando células doentes. O estudo foi realizado no Instituto de Química e do Centro de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas da Unicamp pela pesquisadora Inês Lunardi, para sua tese de doutorado intitulada “Síntese do sesterterpeno hyrtiosal a partir do ácido copálico - Determinação da configuração absoluta do produto natural”.

Uma vantagem deste processo está na obtenção da matéria-prima: a copaíba, cujo óleo é extraído com a perfuração do tronco, sem necessidade de corte da árvore. “Não raro, uma quantidade razoável de droga natural necessita de toneladas de matéria-prima. Um exemplo é o taxol, aplicado em câncer de útero ou cólon, que antes exigia o corte de oito árvores (Taxus brevifolia) de 100 anos de idade para atender a um único paciente. Isto foi resolvido com o aproveitamento e a transformação química de substância extraída de galhos e folhas de uma espécie européia, a Taxus baccata”, explicou o professor Paulo Imamura, que orientou o estudo.

Patenteado em 2002, o processo com a copaíba ainda necessita de testes toxicológicos para averiguar se as substâncias não afetam também as células normais, o que exigiria estudos mais detalhados sobre dosagens até que se chegue a uma concentração que não seja tóxica. Imamura explica que uma série de reações químicas envolvendo o óleo de copaíba levou ao (-)-hyrtiosal, composto isolado da esponja marinha e patenteado por cientistas japoneses em 1992, dirigidos apenas contra células KB, da leucemia, com dosagens de 3 a 10 microgramas por mililitro em células doentes.

Inês Lunardi sintetizou o (-)-hyrtiosal e também compostos análogos, que passaram por testes onde foram constatadas atividades contra células cancerígenas de ovário, próstata, renal, cólon, pulmão, mama, mama resistente e melanoma, além da leucemia. Segundo o professor João Ernesto de Carvalho, que realizou as culturas in vitro, o (-)-hyrtiosal foi a substância que apresentou atividade mais seletiva sobre a linhagem do melanoma. “Se precisasse escolher um dos compostos para dar seguimento às experiências, com testes em animais, seria este”, avaliou, explicando que uma substância que destrói todas as linhagens de células cancerígenas entra no primeiro critério de exclusão, pois provavelmente mata também as células normais, inviabilizando sua aplicação no paciente.

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