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04 de Junho de 2003 (Bibliomed). Os idosos, em geral, perdem o equilíbrio com facilidade, não apresentam uma postura correta e sofrem de osteoporose. Por isso, eles estão mais sujeitos a quedas e lesões nos ossos e, mesmo depois de se submeterem à cirurgia e hospitalização por tempo prolongado, muitos não se recuperam completamente e alguns vêm a falecer em decorrência da perda das capacidades funcionais. Foi o que mostrou a médica geriatra Sílvia Regina Mendes Pereira, em sua tese de doutorado defendida semana passada no Departamento de Administração e Planejamento de Saúde da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Ensp/Fiocruz).
A pesquisadora investigou as repercussões das fraturas de fêmur um ano após o acidente em cerca de 200 pacientes com mais de 60 anos. Além de consultar os prontuários desses idosos nos hospitais onde eles foram atendidos e submetidos a cirurgias, a especialista fez visitas domiciliares aos pacientes ou a seus familiares. Cerca de quatro em cada dez idosos haviam falecido depois de um ano do acidente. “Esse percentual de óbitos pode ser considerado bastante elevado”, considerou. Entre os pacientes que sobreviveram, muitos ficaram com suas capacidades funcionais comprometidas.
Esses dados revelam que as fraturas de fêmur, relativamente comuns em pessoas com mais de 70 anos, constituem um problema de saúde pública no Brasil, principalmente considerando-se que a expectativa de vida está crescendo. No país, estima-se que 17% da população feminina e 8% da masculina sofrerão lesões no fêmur ao longo da vida.
Ainda segundo a pesquisa, a recuperação após a fratura de fêmur é mais difícil em idosos que já sofreram acidente vascular encefálico ou apresentam catarata, mas sessões de fisioterapia podem auxiliar o paciente a retomar suas atividades normais. A especialista ressaltou, entretanto, que não basta se preocupar com as conseqüências das fraturas de fêmur. São necessárias medidas para evitar que os idosos se acidentem.
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