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Insulina Oral Para Diabéticos Ainda Depende de Estudos

LONDRES (Reuters) - Tomar insulina oral não retarda a destruição de células secretoras de insulina nos diabéticos. O resultado da pesquisa realizada no Serviço de Endocrinologia em Nantes, França, foi publicado na última edição do jornal médico Lancet.

A diabete insulino-dependente, mais freqüente em crianças, é usualmente associada à falência rápida das células secretoras de insulina. A diabetes é uma síndrome séria e incurável caracterizada pela inabilidade de controlar a quantidade de açúcar no sangue. Atualmente é tratada com injeções de insulina enquanto os pesquisadores tentam desenvolver uma alternativa oral mais confortável.

Conforme relatório publicado no Lancet, as experiências têm mostrado que a insulina administrada oralmente pode prevenir a destruição das células secretoras de insulina em ratos diabéticos. Lucy Chaillous e seus colegas de Nantes investigaram se insulina humana administrada oralmente poderia proteger células secretoras de insulina em pessoas dependentes de insulina - ou diabetes tipo 1.

"Nas doses usadas nestes testes, a administração oral de insulina iniciada nos episódios clínicos da diabetes tipo 1 não preveniu a deterioração das funções das células-B (secretoras de insulina)", relataram os pesquisadores no Lancet.

O estudo observou 131 diabéticos entre sete e 40 anos de idade diagnosticados como diabete insulino-dependente não mais que duas semanas antes do início dos testes. Conforme os pesquisadores, a insulina oral pode não ter tido um efeito positivo porque não foi usada em doses adequadas e também pode ter sido destruída pelo ácido estomacal, já que a cobertura protetora de gelatina pode não ter sido suficiente para que chegasse ao intestino.

Chaillous disse que são necessárias mais pesquisas sobre dosagem, mecanismos de distribuição no organismo e possibilidade de combinar insulina com outras substâncias para combater a destruição das células secretoras de insulina.

Em um artigo que acompanha o estudo, Edwin Gale, da Universidade de Bristol, na Grã-Bretanha, questionou se estudar diabéticos diagnosticados recentemente era aceitável, já que eram dependentes de injeções de insulina, o que complicou o experimento. Ele informou que foi bastante difícil calcular as doses necessárias de insulina.

"É uma área muito difícil de investigar. Entretanto, o conceito é muito bom para ser abandonado. No momento, pode parecer que estamos atirando no escuro mas amanhã, quem sabe, existirão balas mágicas", escreveu Gale.

Várias empresas trabalham para desenvolver uma forma de administração oral da insulina, normalmente destruída no estômago, para evitar as injeções que os diabéticos têm que se auto-administrar, disse à Reuters o porta voz da UK Diabetes.

Até agora, a European Medicines Evaluation Agency (Agência Européia para Avaliação de Medicamentos) e a FDA, agência norte-americana para controle de drogas e alimentos, aprovaram apenas a forma injetável da insulina.

Sinopse preparada por Reuters Health

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