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27 de Maio de 2003 (Bibliomed). Os usuários de crack são portadores potenciais dos vírus da hepatite e da Aids. A conclusão é de uma pesquisa realizada pela Coordenação Nacional de DST/Aids e pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas e Psicotrópicos da Universidade Federal de São Paulo (Cebrid/Unifesp) com usuários de crack da capital paulista e de São José do Rio Preto.
A pesquisa foi feita em dois estágios: o primeiro com homens e mulheres que se submeteram ao teste sorológico para identificação do HIV e de outras DST; o outro com 80 mulheres que se prostituem para obter a droga. Do grupo pesquisado, 67% têm hepatite B e 25% hepatite C. A pesquisa mostrou a necessidade de uma intervenção imediata para impedir também a transmissão do vírus da Aids – 8% dos pesquisados estão infectados pelo HIV, prevalência muito superior à taxa nacional, que é de 0,5%.
A transmissão do HIV ocorre não pelo uso do crack, mas pela prostituição de mulheres dependentes da droga e pelo baixo uso do preservativo entre elas. Embora 37% delas relatem o uso do preservativo nas relações vaginais, 5% afirmam que não usam a camisinha nunca e 58% que só usam de vez em quando. A maioria diz que o coito anal é a prática mais comum de sexo com os clientes e que nesse caso o uso do preservativo é dispensado. A maioria dessas mulheres tem mais de um filho e continuam engravidando, correndo o risco de transmitirem o vírus da Aids também para essas crianças.
Um projeto piloto começou a ser executado em quatros cidades do país, ofertando um cachimbo com filtro para amenizar os efeitos provocados pelas impurezas da droga no organismo do dependente, e também para impedir a transmissão da hepatite através dos cachimbos improvisados pelos usuários.
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