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27 de Março de 2003 (Bibliomed). Apesar de ter cura em 95% dos casos, a tuberculose ainda é a doença infecciosa que mais mata no mundo. No Brasil, são 35 a 45 milhões de infectados, com 130 mil novos casos da doença por ano e de 4 a 5 mil mortes. As pessoas têm adoecido cada vez mais e de forma mais grave porque os pacientes interrompem o tratamento antes da hora, principalmente por fala de acesso aos medicamentos.“Isso faz com eles desenvolvam a forma resistente da doença”, explicou o coordenador estadual de Pneumologia Sanitária da Secretaria de Saúde de Minas Gerais, Edilson Correia, na última segunda-feira, Dia Mundial de Combate à Tuberculose.
Segundo o especialista, o país está vivendo uma crise tremenda de abastecimento de medicamentos. “O que é um paradoxo, já que o tratamento custa US$ 70 e a bactéria multirresistente exige no mínimo US$ 9 mil por paciente, sem a mesma eficácia", avaliou, acrescentando que, assim como outros estados, Minas não possui uma reserva estratégica de medicamentos. “A situação é dramática, estamos com estoque zerado desde novembro, sujeitos a uma epidemia”, alertou.
O problema só poderia ser minimizado, na avaliação do especialista, com a implementação do Programa de Controle Nacional da Tuberculose, que depende basicamente de três ações: a aquisição de medicamentos, o treinamento de equipes de saúde e a criação de um banco de dados único em cada Estado, visando apontar onde e como agir.
A tuberculose ataca principalmente os pulmões, mas pode atingir também outros órgãos. A transmissão da doença se dá pelo ar, no contato com o Bacilo de Koch eliminado na tosse ou espirro do portador da forma pulmonar da doença. Os sintomas são tosse por três semanas ou mais, perda de peso, cansaço fácil, suores noturnos, febre baixa, dor no peito e/ou nas costas. É importante que a pessoa procure uma unidade de saúde assim que detectar esses sintomas, que podem ser confundidos inicialmente com uma gripe.
Apesar de ser eficaz apenas contra as formas mais graves da doença, a vacina BCG deve ser aplicada quando a criança nasce e novamente aos dez anos de idade. O tratamento da tuberculose é, na maioria dos casos, ambulatorial, associado a medicamentos, e dura de seis a doze meses. Se não for interrompido, tem 95% de chances de cura. Estima-se que um terço da população mundial esteja infectada com o bacilo da tuberculose, sendo que de 5 a 10% dos infectados contraem a doença quando têm uma baixa de resistência.
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