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Musculação não provoca aumento do metabolismo

08 de Janeiro de 2003 (Bibliomed). Pesquisadores norte-americanos estão descobrindo que a musculação não provoca um aumento na taxa metabólica nas horas e dias seguintes à prática dos exercícios, como sugeriam alguns estudos. A equipe liderada pelo pesquisador do centro de ciências da saúde da Universidade de Colorado, Edward Melanson, analisou dez homens e não verificou nenhuma diferença na quantidade de energia queimada um dia depois do levantamento de peso ou da prática de exercícios aeróbicos.

Para Melanson, existem dois fatores fundamentais nesse estudo, que explicam o novo resultado. Primeiro, os exercícios avaliados na pesquisa, apesar de vigorosos, não eram tão intensos quanto aqueles praticados em outros estudos. E como os freqüentadores de academia raramente se exercitam com tanta intensidade, a nova pesquisa se aproxima mais da realidade. Em segundo lugar, o estudo foi realizado em uma sala especial, que permitiu aos pesquisadores determinar o gasto de energia exato dos participantes, ao medir fatores como o consumo de oxigênio e dióxido de carbono. Nas outras pesquisas, os participantes ficavam em um ambiente menos controlado e devem ter praticado outras atividades que aumentaram a perda de calorias.

Segundo o pesquisador, os estudos anteriores que mostraram um grande aumento no metabolismo – às vezes uma queima de até 300 calorias por dia, dois dias após o levantamento de peso – tiveram uma promoção excessiva, já que pouquíssimas pessoas, com exceção de atletas de elite, podem treinar de forma consistente nesse nível. "Acho que sempre quisemos acreditar que obtínhamos mais benefícios dos exercícios do que realmente acontecia", disse Melanson.

Mas, apesar de todos os cuidados, a pesquisa foi questionada pelo professor do departamento de ciência alimentar e nutrição humana da Universidade Estadual do Colorado, Christopher Melby, já que, segundo ele, a câmara especial é muito boa para medir o gasto de energia em 24 horas, mas pode não ser tão eficaz para detectar uma "alteração aguda". Melby acredita que são necessárias novas pesquisas para confirmar os resultados.

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