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Mulheres com distúrbios alimentares acabam dependentes de exercícios físicos

30 de Outubro de 2002 (Bibliomed). Mulheres com anorexia e bulimia não se preocupam apenas com o que estão comendo. Um estudo mostrou que grande parte delas depende da atividade física para seu bem estar geral, e ficam chateadas se não podem se exercitar. Quando isso acontece, compensam com horas extras na sessão seguinte.

A pesquisa foi realizada pela psiquiatra Sheila Assunção e apresentada durante a I Jornada de Transtornos Alimentares e Obesidade do Ambulatório de Bulimia e Anorexia do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, que aconteceu nos dias 25 e 26 de outubro.

A pesquisadora acompanhou 47 mulheres portadoras de anorexia e bulimia, com idades entre 18 e 38 anos, e detectou que 42,6% praticavam exercícios em excesso e 34% dedicavam duas horas ou mais à atividade. Essas mulheres se exercitam mesmo indispostas, cansadas ou machucadas e não participam de eventos sociais, se atrapalharem a rotina dos exercícios.

As justificativas mais comuns para a prática de exercícios, apontadas na pesquisa, foram o desejo de perder peso (63%), a pretensão de melhorar o corpo (60,5%) e a necessidade de praticar atividade física (26,3%). Entre os métodos para perda de peso, citados pelas mulheres pesquisadas, estão indução de vômito (80,9%), uso de laxantes (74,5%), inibidores de apetite (55,3%) e diuréticos (36,2%). A prática de atividade física foi mencionada por 70,2% das entrevistadas.

Segundo a pesquisadora, a obsessão por exercícios acarreta prejuízos psicológicos, sociais e físicos que se somam aos encontrados nas pessoas que sofrem de transtornos alimentares. Nas mulheres estudadas, as preocupações com peso e imagem corporal precederam o início das atividades físicas, em contraste com outros estudos sobre o tema em que a atividade física intensa precede um transtorno alimentar.

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