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Pesquisadora brasileira reduz etapas e custos da produção de medicamento para controlar hiperatividade

16 de Agosto de 2002 (Bibliomed). A química Anna Maria Alves de Piloto Fernandes desenvolveu um novo caminho para sintetizar o metilfenidato, substância utilizada no tratamento do "Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade", doença que acomete entre 3% e 5% das crianças em idade escolar, segundo as estatísticas mundiais. Em sua tese de doutorado, apresentada em março no Instituto de Química da Unicamp, a pesquisadora conseguiu reduzir de seis etapas para apenas três o processo de obtenção da droga, com maior rendimento e sem perda de qualidade, abrindo perspectiva para que a produção do metilfenidato em escala industrial seja simplificada e com custos reduzidos.

Segundo a pesquisadora, o rendimento global (resultado entre a quantidade de material de partida e o produto final) atingiu o índice de 44%, contra os 10% alcançados anteriormente. A Unicamp já protocolou o pedido de patente do novo método, que começou a ser estudado por Anna Maria em 1997 e foi concluído em setembro de 1998. O metilfenidato, que recebe o nome comercial de Ritalina, é um estimulante que age diretamente no sistema nervoso central de forma parecida com a da cocaína, sem, no entanto, causar dependência química nem efeito eufórico nas crianças sob tratamento. Empregado nas doses certas e com orientação médica, a droga combate os sintomas da hiperatividade, como desatenção e impulsividade. A propriedade estimulante da substância está situada entre a cafeína e a anfetamina.

As vítimas da hiperatividade normalmente têm a auto-estima baixa, por serem consideradas crianças-problema. "Além disso, estudos internacionais demonstram que as crianças que não se tratam correm maior risco de desenvolver dependência de drogas como o álcool, a maconha e a cocaína na adolescência e idade adulta", acrescentou Anna Maria.

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