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Droga injetável é explicação para aumento de mortes por doença hepática

06 de Agosto de 2002 (Bibliomed). As mortes provocadas por doença hepática alcoólica cujas causas não puderam ser determinadas com precisão cresceram 259% entre os homens de meia-idade, no período de 1993 a 1999, na Grã-Bretanha. Pesquisadores do Imperial College e do St. Mary's Hospital, ambos em Londres, atribuem isso à epidemia de consumo de heroína que ocorreu na Grã-Bretanha entre as décadas de 70 e 80. Eles explicam que, na época, ainda não havia os programas de troca de seringas e outras intervenções para redução do risco de transmissão de doenças entre usuários de drogas e muitos usuários foram contaminados pelo vírus da hepatite C, que associado ao álcool aumenta em 31 vezes o risco de uma pessoa desenvolver cirrose.

A hepatite C, hoje considerada questão de saúde pública no mundo todo, ainda não havia sido identificada naquela época. "Normalmente, a hepatite C leva de 20 a 30 anos para produzir danos no fígado. O mesmo acontece com o consumo de álcool. Mas, se uma pessoa infectada com o vírus da hepatite C ingere bebidas alcoólicas, esse processo é acelerado", explicou John Henry, professor do departamento de Medicina de Urgência do St. Mary's Hospital.

Em artigo publicado no Journal of Clinical Pathology, em 1o de agosto, os pesquisadores explicaram que os sintomas da doença hepática alcoólica e da hepatite C crônica são muito semelhantes e que, por esse motivo, médicos e patologistas podem não identificar a hepatite C como causa de uma progressão rápida da doença hepática, a menos que façam exames específicos para detectar o vírus. Entretanto, os cientistas ressaltaram a importância do diagnóstico preciso para que as pessoas contaminadas com o vírus da hepatite C possam ser aconselhadas a eliminar o consumo de álcool, aumentando as probabilidades de êxito no tratamento e de sobrevida do paciente. Estima-se que, apenas na Grã-Bretanha, 300 mil pessoas estejam contaminadas com o vírus, embora menos de 5% dos casos sejam diagnosticados.

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