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Mudanças climáticas podem agravar certas condições cerebrais

03 de setembro de 2024 (Bibliomed). Um estudo publicado na revista The Lancet Neurology, alerta para os impactos negativos das mudanças climáticas na saúde de pessoas com certas condições cerebrais. O estudo enfatiza a necessidade urgente de entender esses impactos para preservar a saúde desses indivíduos e evitar o agravamento das desigualdades.

Os pesquisadores analisaram 332 artigos publicados entre 1968 e 2023, examinando 19 condições do sistema nervoso, como Acidente Vascular Cerebral (AVC), enxaqueca, Alzheimer, meningite, epilepsia e esclerose múltipla. Eles também analisaram o impacto das mudanças climáticas em distúrbios psiquiátricos comuns, incluindo ansiedade, depressão e esquizofrenia.

Segundo os autores, observou-se uma clara evidência dos impactos climáticos em algumas condições cerebrais, especialmente AVC e infecções do sistema nervoso. Variações extremas de temperatura, tanto altas quanto baixas, e maiores variações de temperatura ao longo do dia mostraram ter efeitos significativos nessas doenças.

O estudo aponta que temperaturas noturnas elevadas podem ser particularmente prejudiciais, pois prejudicam o sono, o que agrava diversas condições cerebrais. Os pesquisadores observaram um aumento nas internações, incapacidades e mortalidade devido a AVC em temperaturas ambientes mais altas ou ondas de calor.

Pessoas com demência são especialmente vulneráveis a extremos de temperatura e eventos climáticos, como enchentes e incêndios florestais, devido à dificuldade de adaptar seu comportamento às mudanças ambientais. A incapacidade de perceber riscos e buscar ajuda agrava a situação, especialmente em condições de calor extremo.

O estudo ressalta a necessidade de manter a pesquisa atualizada para considerar não apenas o estado atual das mudanças climáticas, mas também o futuro. Segundo a pesquisa, o conceito de "ansiedade climática" pode influenciar ainda mais, complicando os impactos das mudanças climáticas e as adaptações necessárias para preservar a saúde.

Fonte: The Lancet Neurology. DOI: 10.1016/S1474-4422(24)00087-5.