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Aquecimento global pode expor até 246 milhões de idosos ao risco de calor extremo até 2050

04 de setembro de 2024 (Bibliomed). Um estudo realizado por cientistas da Fundação CMCC – Centro Euro-Mediterrâneo sobre Mudanças Climáticas, em colaboração com colegas da Universidade de Boston, revelou que até 246 milhões de pessoas idosas podem estar expostas ao risco de calor extremo até 2050 devido ao aquecimento global e ao envelhecimento da população.

Publicado na revista Nature Communications, o estudo utilizou modelos climáticos para avaliar pontos críticos globais e os comparou com projeções populacionais para as mesmas áreas. O planeta está aquecendo devido às emissões de gases de efeito estufa causadas pelo homem. No entanto, nem todas as regiões do planeta aquecerão na mesma proporção – algumas áreas, como partes da África e Ásia, deverão enfrentar temperaturas mais elevadas.

Simultaneamente, o número de pessoas com mais de 60 anos está aumentando rapidamente, com previsão de dobrar até 2050. Muitas dessas pessoas viverão em regiões da Ásia e África, onde o uso de ar-condicionado é raro.

Os pesquisadores observaram que, embora haja muitas pesquisas sobre o impacto do calor extremo em idosos, poucas estudam quantos estarão em risco nos próximos anos. Para isso, eles analisaram modelos climáticos e populacionais para os anos até 2050.

Os modelos climáticos indicaram que o número médio global de dias extremamente quentes aumentará de aproximadamente 10 para 20 nos próximos 30 anos. Além disso, esses dias quentes serão ainda mais intensos, dependendo da localização.

As projeções populacionais mostraram que aproximadamente 23% das pessoas com mais de 69 anos viverão em áreas que enfrentarão essas temperaturas perigosamente altas – um aumento significativo em comparação com os 14% atuais.

No geral, o estudo concluiu que entre 177 e 246 milhões de idosos poderão estar vivendo em locais que enfrentarão regularmente temperaturas extremamente altas até 2050, colocando muitos em risco de doenças ou morte relacionadas ao calor.

Fonte: Nature Communications. DOI: 10.1038/s41467-024-47197-5.