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Governo tenta explicar as ações contra dengue para parlamentares

10 de Maio de 2002 (Bibliomed). O governo federal, através da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), expôs aos deputados, em Brasília, a intenção de reduzir para metade o número de casos notificados de dengue no País no ano que vem. Em audiência pública convocada pelas comissões de Seguridade Social e Família e de Direitos Humanos, o presidente da Funasa, Mauro Ricardo Costa, informou que pretende reduzir a infestação do mosquito transmissor da doença – Aedes aegypti – para os índices considerados seguros pela Organização Mundial de Saúde (OMS) – cerca de 1%. Algumas cidades, no início desse ano, apresentarem índices médios superiores a 6%. A alta taxa de letalidade (em relação ao total de casos notificados este ano), em torno de 4%, preocupa a sociedade.

Os representantes da Funasa alegaram aos deputados federais que não faltaram verbas para o controle da dengue este ano e que ações continuadas vem sendo feitas nos municípios de acordo com o planejamento do governo local. Em 1996, alegou Mauro Ricardo Costa, foram empregados R$ 189 milhões, o que representa R$ 510 mil por dia no combate à doença, considerando todos os municípios contemplados com a verba. Em 2001, o valor repassado passou para R$ 606 milhões, ou seja, R$ 1,6 milhão por dia.

O montante foi entregue aos governos estaduais e municipais, responsáveis pelas ações. Deputados como Átila Lira (PSDB-PI) e Lúcia Vânia (PSDB-GO) defendem maior rigor na fiscalização da Funasa quanto à aplicação efetiva desses recursos. Os parlamentares consideram indispensável a punição das administrações municipais que não aplicarem devidamente as verbas destinadas exclusivamente para o combate da doença.

Os deputados também criticaram a demissão de quase 6 mil profissionais que atuavam no combate à doença, conhecidos pelo nome de mata-mosquitos. O representante da Funasa alegou que foram enviados recursos federais para alguns municípios com objetivo de contratação de mais técnicos para o combate emergencial.

O presidente da Funasa ressaltou que a comunidade deve também colaborar para reduzir o número de casos e afirmou que 90% dos criadouros (locais onde são depositados os ovos do inseto) foram encontrados pelos técnicos dentro de residências. Metade dos focos foi achada em pratinhos de vasos de plantas. Recipientes descartáveis (lixo) e locais de abastecimento de água, tais como caixa de água, receberam destaque quanto ao número de criadouros. O número de casos registrados até agora no Brasil é elevado. O Estado do Rio de Janeiro registrou mais de 225 mil casos somente até abril. As cidades que mais apresentaram aumento de ocorrências foram as pertencentes à Região Metropolitana do Rio de Janeiro, Salvador, Goiânia, Campo Grande e Cachoeiro do Itapemirim.

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