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Diagnóstico precoce dá maior sobrevida a bebês com problemas no coração

02 de Maio de 2002 (Bibliomed). Bebês com suspeita de problemas cardíacos congênitos devem ser submetidos o mais rápido possível a exames como o “ecocardiograma doppler”, que detecta defeitos no funcionamento do sistema cardiovascular. A conclusão é de uma pesquisa da Maternidade São Luiz, no Recife, um dos maiores complexos hospitalares do Brasil, referência no atendimento a recém-nascidos.

Segundo o cardiologista Marcos Valério Resende, o exame é indolor, não-invasivo, rápido e prático, pois o equipamento pode ser levado ao leito do nenê. “No menor indício de qualquer sintoma de alteração cardíaca, esse exame deve ser feito. É uma medida simples e eficiente, que pode proporcionar mais tempo e qualidade de vida aos recém-nascidos”, afirma.

O estudo, realizado entre janeiro de 1997 e julho de 2001 no berçário da maternidade, revelou que 1,4% dos bebês possuem algum tipo de cardiopatia. Isso significa que três a cada 200 crianças nascem com problemas no coração. O índice é compatível ao descrito na literatura médica que trata do assunto, que varia entre 0,8% e 1,2%, afirma a pediatra e cardiologista Claudia Regina Pinheiro de Castro.

De um total de 33 mil recém-nascidos, 3.221 (9,7%) tiveram a necessidade de ser submetidos aos estudos ecocardiográficos, por apresentarem alguma alteração cardiológica nas primeiras 36 horas de vida. Na metade dos casos (51,3%), os médicos encontraram problemas de comunicação entre os ventrículos. Outros 16,1% são defeitos de comunicação interatrial.

Apenas 11,6% das alterações diagnosticadas foram consideradas graves ou gravíssimas, que comprometem o funcionamento do sistema cardíaco e oferecem risco de morte ao bebê.

De acordo com a literatura mundial, as malformações cardíacas isoladas - quando o paciente não apresenta nenhum outro problema ou distúrbio em outros órgãos - são responsáveis por cerca de 3% a 5% das mortes no período neonatal. “Além disso, 20% a 30% das crianças morrem de falência cardíaca ou crise de cianose intensa (baixa de oxigênio no sangue), ainda no primeiro mês de vida”, alerta Claudia.

Os especialistas da Maternidade São Luiz acreditam que a realização do exame “ecocardiograma doppler” poderia reduzir esse índice. “A partir do resultado, é possível adotar medidas preventivas e curativas com maior agilidade e avaliar inclusive casos de indicação cirúrgica para o tratamento de distúrbios mais graves”, conclui a pediatra.

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