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Casais que fumam têm menos filhos do sexo masculino

25 de Abril de 2002 (Bibliomed). Dentre os vários problemas e alterações que o tabagismo causa em casais que estão tentando ter um filho, uma nova pesquisa agora sugere que o tabagismo também reduz a taxa de nascimentos de meninos e aumenta a taxa de nascimento de meninas.

Em geral, a chance de gerar um menino ou uma menina é semelhante, com tendência ligeiramente maior a se gerar um garoto. Atualmente, esta relação está sendo invertida, e as taxas de nascimento de meninas está aumentando e já foi documentada em vários países, incluindo Dinamarca, Reino Unido, Estados Unidos e Canadá. Pesquisadores de todo o mundo estão tentando achar uma explicação para esta tendência em selecionar o nascimento de meninas, pois se algo está conseguindo selecionar isto, pode ser que esteja também aumentando a seleção de outras características, inclusive doenças genéticas. Descobrir o fator que está causando esta mudança na concepção seria fundamental para descobrir o alcance deste fator na mudança das características da espécie humana como um todo.

O sexo é definido por um par de cromossomas: quando a fecundação gera um embrião que é XX, é menina; quando gera um embrião XY, é menino. Quando a mãe forma seus óvulos e o pai forma seus espermatozóides, o par de cromossomos é separado, e cada célula (espermatozóide ou óvulo) leva um dos integrantes do par. Quem “escolhe” o sexo do bebê é o pai, já que os óvulos da mãe sempre serão X, e os espermatozóides do pai podem ser X ou Y; se o embrião for fruto da união de um óvulo X (todos os óvulos são X) com um espermatozóide X, o embrião será menina; se for fruto da união do óvulo X com o espermatozóide Y, será menino.

Os pesquisadores, liderados pelo Dr. Misao Fukuda, do Fukuda Ladies Clinic em Hyogo, Japão, utilizaram dados a respeito de 5.400 mulheres que deram à luz à mais de 11.800 bebês de dezembro de 2000 a julho de 2001. Eles encontraram que entre pais que não fumavam a relação entre meninos e meninas foi de 1,2 meninos para cada menina, enquanto onde os pais fumavam 20 cigarros ou mais por dia a relação foi de 0,8. A proporção entre meninos e meninas também mudou quando apenas um dos pais fumava. Entre pais que fumavam menos que 20 cigarros por dia, a mudança da proporção foi ligeiramente menor, mas existiu.

Os pesquisadores ainda não encontraram o motivo pelo qual o tabagismo influencia na “escolha” do sexo do bebê, mas existem algumas hipóteses. Uma delas é que os espermatozóides que carregam o cromossoma Y – os espermatozóides que irão formar meninos – seriam mais vulneráveis aos efeitos maléficos do tabagismo e, por isto, em casais que fumam, teriam menos chance de fecundar um óvulo do que os que carregam o cromossoma X – que geram meninas – que poderiam ser mais resistentes. Mas esta hipótese ainda não foi comprovada.

É sabido que casais fumantes têm mais dificuldade para gerar um filho do que casais não fumantes, possivelmente porque homens que fumam produzem esperma de pior qualidade do que homens que não fumam. Por isto, para aqueles que estão tentando ter um filho, a primeira providência seria abandonar o cigarro, pois além de dificultar a gravidez, o cigarro traz claros prejuízos para o bebê em formação e para o recém-nascido.

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