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Biolarvicida brasileiro chega ao mercado este ano

11 de Abril de 2002 (Bibliomed). Até agosto deste ano, o laboratório da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Farmanguinhos, vai começar a produzir industrialmente o primeiro biolarvicida nacional de combate às larvas do Aedes aegypti. O biolarvicida T3 foi aprovado recentemente.

Testes revelaram sua eficiência para matar as larvas. As vantagens na produção nacional do biolarvicida não se restringem apenas à possibilidade de baixar custos – o produto usado atualmente é importado – mas também à de garantir a eliminação das larvas, que já desenvolveram resistência a diversos tipos de produtos. A intenção da Farmanguinhos é colocar o produto no mercado até o fim do ano. Futuramente, o laboratório quer tornar o biolarvicida disponível em lojas para que o consumidor possa comprá-lo e aplicá-lo nas caixas d’água, vasos de planta e outros focos em potencial das larvas.

Segundo o laboratório, é importante desenvolver drogas contra doenças tropicais que afetam os brasileiros. No entanto, este não é um interesse das grandes empresas do ramo farmacêutico. A epidemia de dengue no Rio de Janeiro não influenciou no trabalho de desenvolvimento do T3, que começou há alguns anos. Em 1997, o Ministério da Saúde encomendou um estudo sobre o assunto à Farmanguinhos. As pesquisas se iniciaram em seguida, mas os resultados só estão sendo divulgados agora.

O produto desenvolvido por Farmanguinhos é feito à base da bactéria bacilus thurigiensis israelensis (BTI), que libera uma toxina que atua contra a larva do Aedes aegypti. Depois de ingerido, o produto destrói o sistema digestivo da larva. O resultado demora, em média, 24 horas. A diferença do biolarvicida brasileira em relação aos demais produtos à base do BTI é a adaptação à condição climática do País. O T3 possui, por exemplo, um protetor solar que garante a eficiência do produto mesmo em locais atingidos pela luminosidade natural. O laboratório da Fiocruz ainda não estima quanto será economizado com o uso do novo produto.

Desde 1998, quando começaram as pesquisas, já foram gastos R$ 3 milhões para o desenvolvimento do T3. O laboratório Farmanguinhos foi o pioneiro na fabricação do coquetel antiaids. O laboratório pesquisa ainda a possibilidade de usar substâncias retiradas da andiroba, repelente do Aedes aegypti feito a partir de uma planta, para impregnar tecidos usados na fabricação de roupas. Outra pesquisa está sendo feita sobre uma pomada que evite as picadas do inseto.

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