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Não acredite nos cigarros "Light"

Belo Horizonte, 20 de Março de 2002 (Bibliomed). No Canadá, pesquisadores detectaram um esforço por parte das empresas de tabaco e outras proprietárias de marcas de cigarro para enganar os consumidores em relação aos riscos à saúde provenientes do uso de versões “Light” ou “Ultra-Light” dos cigarros.

Como, nos últimos anos, está cada vez mais evidente a ligação entre o tabagismo e o câncer pulmonar, além de outras doenças graves e potencialmente fatais, a indústria do tabaco procurou reconquistar a confiança dos consumidores, com a produção de versões “com baixo teor de alcatrão” e “light”, que dizem reduzir ou mesmo eliminar os riscos à saúde provenientes do hábito de fumar.

Porém, foram descobertos documentos que provam que as próprias empresas sabiam que o uso destes filtros de alta capacidade não passavam de acessórios estéticos, cosméticos ou objeto de propaganda, sem nenhum efeito sobre os riscos de doenças ligadas ao tabagismo. O objetivo era, tão somente, enganar os consumidores com uma falsa sensação de segurança, que poderia levá-los a continuar a fumar sem medo ou culpa.

As táticas utilizadas pela indústria do tabaco, ao longo do tempo, para enganar os consumidores incluíram uso de filtros ineficazes que se soltavam ao longo do tempo e que na verdade deixavam passar mais nicotina do que os cigarros sem filtro, uso de aditivos como mentol, imagens de publicidade de alta tecnologia e manipulação ou omissão de dados sobre teores de alcatrão e nicotina.

Para levar os consumidores a pensar que as marcas eram menos prejudiciais à saúde, os fabricantes começaram a incluir adjetivos como Leve, Ultra, Light e Superlight para promoção de uma imagem mais saudável dos produtos, sem existir confirmação científica do menor risco destas versões. Na maioria das vezes, a diferença estava apenas no sabor produzido por uma determinada mistura de fumos, sem qualquer diferença real nos teores de alcatrão e nicotina.

No Brasil, os adjetivos “Light”, “Ultra-Light”, “Baixos Teores” e outros que possam sugerir maior segurança no uso destes produtos já estão proibidos. As empresas foram obrigadas a alterar o nome de seus produtos, mostrar diversas advertências, inclusive ilustradas, dos riscos do cigarro para a saúde.

É importante que sempre seja lembrado que o cigarro traz malefícios à saúde que já foram extensamente documentados, e que, até o momento, não existem versões cientificamente comprovadas que realmente tragam menores prejuízos à saúde. Todas as informações a este respeito que venham das indústrias do tabaco devem ser vistas com desconfiança, já que, com o risco de perder um mercado consumidor que movimenta quantias assombrosas de dinheiro, a indústria do tabaco se encontra desesperada e vai jogar pesado para manter seus consumidores fiéis ao hábito de fumar, muitas vezes fazendo mesmo propaganda enganosa e manipulação de dados para passar ao consumidor uma falsa sensação de segurança e garantia de saúde.

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