Notícias de saúde

Quando tratar a febre nas crianças?

Belo Horizonte, 08 de Março de 2002 (Bibliomed). Por medo dos riscos que a febre alta trazem às crianças, os pais tendem a tratar níveis de febre que não são perigosos com muito mais rigor do que os profissionais de saúde.

A febre é uma resposta do organismo a alguma agressão, usualmente uma infecção por bactéria ou vírus. Até um determinado nível, ela é benéfica ao combate da infecção, e apenas quando ultrapassa os limites de segurança pode ser uma ameaça à saúde das crianças.

A temperatura normal do ser humano está em torno de 37o C, em um estudo realizado em Israel, definiu-se como febre tratável temperaturas superiores a 38o C. Até este limite sabe-se que o aumento da temperatura ajuda a criança a combater as infecções.

Uma entrevista feita com mais de 2000 pais, médicos e enfermeiros em Israel mostrou que apenas 47% dos pais sabiam que a febre até 38o C é benéfica para as crianças, e a maioria dos pais disseram tratar febres abaixo de 38o C mesmo se a criança não tiver outros sintomas. Muitos especialistas discordam desta prática.

O motivo apontado pelos pais para esta preocupação exagerada com a febre foi o medo da ocorrência de convulsões, que podem acontecer devido à febre. Estas convulsões, chamadas convulsões febris, podem ocorrer se a temperatura do corpo se elevar muito rapidamente, usualmente em torno de 42o C.

Estas convulsões geralmente não causam lesão neurológica a longo prazo. Na verdade, estas não são tão comuns assim, e quando ocorrem em temperaturas abaixo de 41o C é necessário investigar uma outra causa para a convulsão – como meningite e septicemia.

O ideal seria tratar a febre quando a mesma causar desconforto significativo à criança. É importante lembrar sempre que a febre não é uma doença, mas um sintoma, e na ocorrência desta deve-se sempre pesquisar sua causa. Na verdade, muito mais importante do que a febre em si é localizar sua origem, e tratar a febre com tanto vigor pode retardar a pesquisa da causa real, além de prejudicar as defesas do próprio organismo contra a agressão.

Copyright © 2002 Bibliomed, Inc.

Faça o seu comentário
Comentários