Notícias de saúde

Ministério da Saúde faz advertência para uso de isotretinoína em tratamento de acnes resistentes

Belo Horizonte, 21 de Fevereiro de 2002 (Bibliomed). Uma alerta aos pacientes que se submetem a tratamentos de acnes resistentes foi divulgado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Ministério da Saúde. O uso de produtos à base de isotretinoína deve ser cauteloso.

Cuidados especiais precisam ser destinados aos pacientes com história de depressão. A Anvisa sugere que todos as pessoas que utilizam medicamentos com isotretinoína devem ser monitoradas por seus médicos para avaliar a ocorrência de sinais de depressão. É importante lembrar que o produto é contra-indicado para mulheres grávidas ou que pretendem ficar grávidas durante o tratamento.

A isotretinoína é uma substância derivada da vitamina A, estereoisômero sintético do ácido all-trans-retinóico (tretinoína), indicada no tratamento de formas graves de acne (nódulo-císticas) e acnes resistentes a terapêuticas anteriores.

A Anvisa identificou relatos de pacientes que fazem uso da substância ou suspenderam o tratamento recentemente e que desenvolveram depressão e alterações mentais. Alguns sinais clínicos nesses relatos incluíram tristeza, irritabilidade, cansaço, falta de concentração e perda de apetite. Não foi comprovada até o momento a relação causal dessas ocorrências com a utilização do produto, apesar de terem sido identificadas evidências. Por isso, é necessária a colaboração de profissionais de saúde e usuários da substância para obtenção de novas notificações.

No Brasil, a isotretinoína está registrada com os nomes comerciais Roacutan®, Isotrexin®, Cecnoin®, Isotrin® e Isotrex®. A maioria está incluída na Portaria do Ministério da Saúde nº344 de 12/05/98, que lista as substâncias sujeitas a controle especial. A forma de administração por via oral está submetida à regulamentação da Portaria MS nº6/99, que determina a venda sob retenção de receita, termo de consentimento e responsabilidade do médico que prescreve. Os medicamentos de uso tópico são de venda sob prescrição médica sem retenção de receita.

A Unidade de Farmacovigilância da Agência Nacional de Saúde (Anvisa) vai continuar acompanhando o assunto atentamente e recomenda que os profissionais de saúde e usuários de medicamentos notifiquem a suspeita de qualquer reação adversa ligada a esse medicamento através dos formulários de farmacovigilância da Anvisa (www.anvisa.gov.br).

Os fumantes também devem acompanhar as avaliações da Anvisa quanto à situação da substância bupropiona, utilizada no tratamento do tabagismo e que possui nomes comerciais Zyban® e Wellbutrin® no Brasil.

A Anvisa recebeu, apenas em janeiro deste ano, 20 formulários de notificações brasileiras de eventos adversos relacionados à bupropiona. Um deles foi enviado por um profissional de saúde e 19 pela própria indústria farmacêutica. Nos formulários constam 37 suspeitas de reações adversas e nenhum óbito. Entre elas constam agitação, alteração das unhas, confusão mental, convulsão, depressão, vertigem e paralisia facial.

Após análise pela equipe da Unidade de Farmacovigilância da Anvisa, as notificações foram classificadas de acordo com as categorias de causalidade da Organização Mundial de Saúde. A conclusão é de que 12 casos de notificações são considerados como possíveis e um caso apresentou reação adversa provavelmente relacionada ao medicamento.

A agência regulatória de medicamentos do Reino Unido (MCA) relatou 51 casos suspeitos de reações adversas fatais possivelmente relacionadas ao Zyban®, mas considerou a contribuição da bupropiona nesses casos como improvável.

A bupropiona é contra-indicada para pacientes com histórico de bulimia, anorexia nervosa, traumatismo craniano, tumor no sistema nervoso central, usuários de medicamentos que baixem o risco do limiar da convulsão (antipsicóticos, antidepressivos, teofilina e esteróides sistêmicos) e pessoas com histórico de convulsão ou hipersensibilidade ao medicamento.

Copyright © 2002 Bibliomed, Inc.

Faça o seu comentário
Comentários