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Genéricos completam dois anos no mercado brasileiro

Belo Horizonte, 04 de Fevereiro de 2002 (Bibliomed). Há exatos dois anos, no dia 3 de fevereiro, o Ministério da Saúde, por meio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), aprovou os primeiros seis registros para produção de medicamentos genéricos. Surgiu daí um novo segmento no mercado farmacêutico que tem se expandido mensalmente. O usuário passou a ter acesso a medicamentos com custo mais acessível.

Atualmente existem 454 medicamentos genéricos registrados, sendo 305 já em comercialização. Até meados deste ano, mais 49 medicamentos estarão sendo distribuídos para vendas nas principais drogarias, além de centros de saúde e hospitais da rede pública. Dados da Anvisa revelam que há genéricos no mercado para tratamento das seis doenças mais freqüentes na população brasileira: hipertensão, diabetes, colesterol elevado, gota, câncer de próstata e glaucoma.

A redução de gastos no tratamento dessas doenças, ao optar pela compra de medicamentos genéricos, varia de 37% a 65%.

Os maiores beneficiários são os pacientes que tentam controlar a taxa de colesterol. Quem trocou o produto de nome comercial Zocor (referência) pelo genérico sinvastatina economizou algo em torno de 65%. Já a maior economia em relação a todos os medicamentos genéricos é de aproximadamente 80%.

O sucesso desse segmento no mercado pode ser medido pela grande quantidade de novos pedidos de registros que chegam à Anvisa diariamente. Outro termômetro é o aumento de vendas desse tipo de medicamento.

Enquanto o mercado farmacêutico apresentou queda em torno de 11% nas vendas em relação aos medicamentos de marca, no período de agosto de 2000 a outubro de 2001, segundo cálculos do IMSHealth, a venda de medicamentos genéricos (em valores e em unidades) subiu 12% a cada mês.

Em janeiro de 2001 foram vendidos dois milhões de unidades, enquanto no mesmo período em 2002, o volume de vendas superou 5 milhões. Apesar do crescimento, a participação dos medicamentos genéricos no total de unidades ainda é pouco expressiva – cerca de 1,73% em janeiro de 2001 e 4,37% em novembro de 2001.

Existem hoje 29 laboratórios voltados para a produção de genéricos no Brasil, sendo 20 deles nacionais e nove estrangeiros. Nos próximos meses, a Anvisa concluirá a análise de mais 300 pedidos de novos registros de produtos. Outros 15 laboratórios têm intenção de se instalarem no Brasil. Em dois anos, (2000/2001), as indústrias farmacêuticas de genéricos investiram aproximadamente R$ 371,2 milhões para ampliar a capacidade de produção.

Uma pesquisa da Anvisa demonstra que as pessoas assimilaram bem o termo genérico. Cerca de 95% das pessoas entrevistadas já tinham ouvido falar em genéricos, dos quais 54% se diziam bem informados sobre o tema. Do total questionado, cerca de 71% sabiam distinguir os genéricos ao verificar as embalagens, que possuem no verso a letra “G” em azul sobre uma tarja de cor amarela.

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