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Belo Horizonte, 16 de Janeiro de 2002 (Bibliomed). Na última semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a venda de diversos produtos. Um dos itens que teve a comercialização suspensa foi o brinquedo “Meleca Louca”, produzido pela empresa Glasslite S/A Indústria de Plásticos.
O brinquedo, recomendado para a faixa etária de 10 anos, contém ácido bórico, também chamado de borax, uma substância que teve seu uso proibido em abril de 2001.
O “Meleca Louca”, uma geléia que pode ser jogada em superfícies e não gruda, não é um produto fiscalizado pela Anvisa. No entanto, como o ácido bórico foi proibido pelo órgão e o caso é considerado de saúde pública, a agência interviu. Como a suspensão da venda é imediata, as vigilâncias sanitárias estaduais vão fiscalizar os pontos de venda.
O ácido bórico na quantidade de cinco gramas dava consistência à geléia que compõe o brinquedo, formada ainda por resina, cola branca e corante. As irregularidades no componente do “Meleca Louca” foram denunciadas por um toxicologista de São Paulo. A Glasslite S/A Indústria de Plásticos precisa prestar esclarecimentos sobre o caso nos próximos dias, explicando porque o borax foi utilizado no brinquedo. Se a empresa não der a explicação, poderá ser autuada e multada de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão.
Em grandes concentrações, o ácido bórico pode causar intoxicação no organismo, alterações gastrointestinais, queda da temperatura do corpo (hipotermia), erupções cutâneas e até insuficiência renal. Antes de ser proibida, a substância podia ser encontrada em pomadas, talcos e cremes usados contra assaduras infantis e brotoejas. Nas pomadas, o ácido bórico tinha função anti-séptica, impedindo a proliferação de fungos e bactérias em feridas e escoriações.
Antes da suspensão da venda do brinquedo, a Glasslite recebeu pedidos de esclarecimento sobre o produto. A documentação foi encaminhada na quinta-feira passada. A empresa anunciou que vai contestar a decisão da Anvisa, já que o uso do ácido bórico no produto é pequeno.
A Anvisa admite que a concentração do borax no brinquedo é insuficiente para causar intoxicação. No entanto, como a substância é absorvida pelos poros e vai se acumulando no organismo, a agência considera o risco alto.
A Anvisa também acredita que a sensibilidade diferenciada entre as pessoas pode aumentar a possibilidade de intoxicação. A agência recomenda que o borax seja trocado por tintura de iodo, que não traz riscos e tem o mesmo efeito.
Na última semana, a Anvisa também determinou a apreensão em todo o território nacional da linha de produtos Coscarque.
Emagrecedor em cápsulas, Coscarque Emagrecedor chá a granel e comprimidos, Coscarque Digestivo chá em sachet e comprimidos, Coscarque Bioform cápsulas de alcachofra, Alga Marinha, Colágeno, Gelatina e Porangaba estão na listagem divulgada pela Anvisa. Os produtos, fabricados pela empresa Krys Belt do Brasil Indústria e Comércio, sediada em Londrina, no Paraná, não têm registro no Ministério da Saúde, o que caracteriza venda ilegal.
Nenhum dos produtos passou por análise da Anvisa. A empresa foi notificada e precisa recolher seus produtos, sob pena de ser multada ou até de ter sua autorização para funcionar cancelada.
Segundo a Anvisa, os produtos eram anunciados pela Internet. A agência também determinou a apreensão do energético Power Up, produzido pela empresa Ross Belt do Brasil Química Farmacêutica Ltda, que fica em Curitiba, no Paraná. O produto também não tem registro.
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