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Pílula voltará ao mercado

Belo Horizonte, 10 de Janeiro de 2002 (Bibliomed). O anticoncepcional Postinor-2, também conhecido como a “pílula do dia seguinte” deverá estar de volta às prateleiras das farmácias ainda no início de fevereiro.

Irregularidades no prazo de validade do produto, constatadas na semana passada, obrigaram a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a retirar o medicamento de circulação.

O anticoncepcional estava sendo comercializado com a informação na embalagem de que poderia ser usado por até cinco anos, contados de sua data de fabricação. O prazo dado pela Anvisa, entretanto, é de apenas três anos.

Essa é a Segunda vez em três meses que a Aché tem de retirar um anticoncepcional do mercado por determinação da Anvisa. Em novembro do ano passado, o contraceptivo Femina teve sua venda suspensa também por apresentar irregularidades no prazo de validade dentro das especificações da Anvisa.

A pílula do dia seguinte é indicada para casos de violência sexual, relação sexual não planejada e desprotegida, uso inadequado de métodos anticoncepcionais e falha contraceptiva presumida. Em centros de referência da mulher, o produto é indicado depois de casos de estupro, para evitar uma gravidez indesejada.

O medicamento deve ser ingerido até 72 horas depois da relação sexual. A pílula do dia seguinte tem como principal efeito a “defasagem” hormonal do endométrio, uma camada interna do útero. Com isso, o óvulo fecundado tem dificuldade de se instalar no local. Em mulheres que de fato não tenham engravidado depois da relação sexual, o medicamento também cria um ambiente hostil, do ponto de vista hormonal, dificultando que os espermatozóides cheguem até o óvulo.

A pílula do dia seguinte é vendida nas farmácias com tarja vermelha e por isso exige prescrição médica. Dentre os efeitos colaterais destacam-se irregularidades no ciclo menstrual, náuseas, vômitos e dores de cabeça.

O laboratório responsável pela fabricação do produto é o Aché, da empresa Gedeon Richter. O fabricante informou que, em todo o mundo, a pílula do dia seguinte é comercializada com o prazo de validade de 60 meses mas que abrirá uma exceção no caso dos produtos destinados ao mercado brasileiro e atenderá às exigências da Anvisa. De acordo com a Aché, o Postinor-2 (levonorgestrel 0,75 miligramas) é o único no mercado com essa concentração.

A Anvisa entretanto, afirma que o medicamento é o único de marca. Existem outros três registros no órgão de medicamentos similares como o Pozato (Libbs), Norlevo (Meizler) e Pilem (Biolab Sanus). Esses similares, também apresentados na forma de 75 miligramas de levonorgestrel, teriam o mesmo efeito.

O Norlevo, por exemplo, é importado da França e foi registrada pela Anvisa no Brasil, em 2000. O medicamento foi comprado pelo governo federal para a realização de um projeto piloto de prevenção da gravidez indesejada entre adolescentes.

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