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Maior parte de usuários de droga injetável são homens

Belo Horizonte, 29 de Outubro de 2001 (Bibliomed). Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, divulgada há cerca de duas semanas, revelou o atual perfil do usuário de drogas injetáveis no estado do Rio de Janeiro. Ao todo, o Ministério ouviu 355 homens e 33 mulheres, no período de setembro de 1999 a novembro do ano passado.

Segundo o estudo, 91,5% dos usuários são homens com idade média de 31 anos. Quase metade dos entrevistados tem menos de oito anos de estudo. Grande parte dos usuários que participaram da pesquisa, ou 70% deles, tem renda mensal inferior a R$ 400. Cerca de 43% já estiveram presos pelo menos uma vez.

Os dados apurados pelo Ministério da Saúde estão em um livro que foi lançado durante o I Seminário Estadual de Redução de Danos do Rio de Janeiro, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

A pesquisa revelou ainda que as chances de contaminação por doenças sexualmente transmissíveis e Aids são maiores em usuários que já utilizaram as drogas injetáveis mais de mil vezes, que moram sozinhos, tenham tido relações homossexuais nos últimos cinco anos e que tenham compartilhado a seringa na primeira dose.

Nos últimos anos, a redução de danos tem sido utilizada como nova forma de combater os índices de contaminação pelo vírus HIV. Em alguns estados do País, já ocorre a distribuição de seringas descartáveis para os usuários de droga injetável.

Apesar da coleta de dados para a pesquisa do Ministério da Saúde ter sido concluída em novembro de 2000, outra constatação foi feita nos últimos dias no que diz respeito aos usuários de droga cariocas: a de que o terrorista saudita Osama Bin Laden, procurado em todo o mundo e apontado como responsável pelos ataques ao World Trade Center, virou garoto-propaganda dos traficantes ligados ao Terceiro Comando.

A informação é da polícia, que tem apreendido papelotes de cocaína com a foto do terrorista ou com inscrições que fazem referência à guerra no Afeganistão.