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Brasil faz acordo com laboratório Roche

Belo Horizonte, 04 de Setembro de 2001 (Bibliomed). O governo brasileiro saiu vitorioso num acordo feito no final da semana passada com o laboratório Roche. O ministro da Saúde, José Serra, conseguiu a redução de 40% no preço do medicamento Nelfinavir, utilizado para tratamento de Aids, que é um dos 12 componentes do coquetel utilizado pelos portadores do vírus HIV. Com o acordo, o valor do comprimido passa de US$ 1,7 para US$ 0,64.

A discussão vinha sendo feita há meses entre o governo federal e o laboratório suíço, que detém a patente do medicamento anti-retroviral. Diante das ofertas de redução de preço, consideradas insuficientes pelo Ministério da Saúde, as negociações chegaram a ser encerradas e o governo decidiu, então, dar início ao processo de licenciamento compulsório para a fabricação do medicamento no Brasil.

Depois desse anúncio, o laboratório voltou a procurar o Ministério da Saúde para reabrir as negociações e aceitou reduzir o preço do Nelfinavir.

Para o governo, a redução do preço é bastante vantajosa. O gasto previsto com esse medicamento durante um ano era de cerca de US$ 88,5 por paciente. Com a redução obtida, será possível economizar US$ 35,4. Com esses recursos, o Ministério da Saúde poderá consolidar o programa de farmácia popular, que distribui medicamentos básicos gratuitos para as equipes do Programa de Saúde da Família.

Além disso, será possível viabilizar o atendimento farmacêutico vinculado às campanhas de detecção de diabetes e hipertensão. O ministro José Serra também anunciou que a Glaxo, outro laboratório multinacional, propôs a produção conjunta de dois medicamentos, Abacavir e Amprenavir, que serão incluídos no coquetel a partir de 2002.

A diretora do Instituto de Tecnologia em Farmácia da Fiocruz, Eloan Pinheiro, disse que, mesmo tendo desistido de fabricar o Nelfinavir, o órgão vai submetê-lo a testes de equivalência. Ela lembrou que o laboratório já domina a tecnologia de sete dos 12 medicamentos do coquetel da Aids e que o Ministério conseguiu também a redução de preço do Efavirens, fabricado pelo laboratório Merck.

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