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Perigos de lixões para a gravidez

Belo Horizonte, 21 de Agosto de 2001 (Bibliomed). Uma pesquisa financiada pelo governo britânico apontou que mulheres residentes em locais próximos até dois quilômetros dos lixões correm risco 1% maior de gestarem bebês com defeitos congênitos em relação àquelas que moram em áreas com melhores condições de salubridade.

Os resultados do estudo foram publicados em um artigo na última edição do British Medical Journal. Apesar de indicar o perigo, a pesquisa não conseguiu explicar quais as razões que levam ao aumento do risco de ocorrência de anomalias nos fetos.

Quando os lixões possuem resíduos tóxicos, as chances de os bebês desenvolverem defeitos congênitos ao longo da gestação são ainda maiores – cerca de 7%. Além do aumento de possibilidade de anomalias, o estudo também aponta um risco 5% superior de as gestantes terem bebês de baixo peso.

O autor do estudo, o diretor da Unidade de Estatísticas da Área de Saúde da University Imperial College, Paulo Elliott, explica que centenas de mulheres que viviam em áreas ao redor de 9.500 lixões foram examinadas.

Ele informa não ter sido possível eliminar os fatores sócio-econômicos que poderiam influenciar os resultados, por isso será necessário aprofundar a pesquisa para esclarecer os dados revelados com esse estudo.

O Ministério da Saúde, em Londres, ficou surpreso com os resultados e considerou o índice de riscos muito baixo. Por isso, o governo britânico decidiu que não irá adotar estratégias urgentes no sentido de alterar o programa de saúde pré-natal dessas gestantes, embora admita a necessidade de detalhar os resultados da pesquisa para verificar realmente se mães e bebês estão livres de outros problemas.

A médica Pat Troop, do Ministério da Saúde, diz que o governo preparou médicos e enfermeiras para responderem dúvidas das mães que moram em áreas próximas aos lixões e recomendou a visita aos serviços de saúde para as que estão preocupadas com a questão.

O governo alega ainda que o risco de anomalias congênitas nos fetos decorrentes da proximidade de lixões é menor do que aquele relacionado ao fumo e ao álcool.

O médico e professor de Medicina Fetal da University College, em Londres, dr. Charles Rodeck, compartilha a mesma opinião do governo e diz que as mulheres deveriam estar mais preocupadas com os efeitos do fumo e da ingestão de álcool, que podem ser evitados dependendo apenas de sua vontade.

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