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Escolas paulistas investem em prevenção às drogas e sexualidade

São Paulo, 21 de Junho de 2001 (eHealthLA). O Colégio Integrado Global de São Paulo iniciou, esta semana, um projeto de prevenção ao uso de drogas e à AIDS, junto aos seus alunos do terceiro ano do ensino médio.

Seguindo uma tendência nacional proposta pelo Ministério da Saúde e adotada pelas Secretarias da Educação de diversos estados, a temática da prevenção e da sexualidade passa a ser uma prioridade no trabalho do currículo transversal nas escolas.

De acordo com o psicólogo e psicanalista Fernando Falabella Tavares de Lima, também diretor clínico do Núcleo de Estudos e Temas em Psicologia, NETPSI, “a escola deve estar envolvida na prevenção.

A prevenção está no limiar da saúde e da educação”. Fernando está coordenando a ação no Colégio Global, junto com o mestre em psicologia da educação, Marcelo Sodelli.

Nesta semana, relata Fernando, foram feitas duas aulas inaugurais, atingindo-se todos os alunos do terceiro ano. Espontaneamente eles puderam inscrever-se para participar de todo o desenvolvimento do projeto, que terá duração de seis encontros, de aproximadamente duas horas cada.

“A idéia é avaliar, periodicamente, os resultados para que, no segundo semestre, possam ser englobados, no projeto, alunos de outros anos”, complementa Marcelo.

A preocupação da direção das escolas com o aumento do consumo de álcool por adolescentes de ambos os sexos, assim como o consumo de tabaco, é fator determinante para que se inicie um projeto preventivo.

Porém, advertem os psicólogos, “a prevenção deve ser trabalhada como um todo. Não há como dividir exatamente até onde vai um trabalho de prevenção às drogas ou começa o de prevenção à AIDS, DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) e gravidez na adolescência”.

Em relação aos resultados, “todos sabem que os trabalhos preventivos, sérios, não apresentam alterações comportamentais imediatas, facilmente mensuráveis”, argumenta Fernando. “Os que nos propomos realizar objetiva o crescimento e o amadurecimento dos jovens para a vida, como um todo.

São ações que possibilitarão o desenvolvimento da melhor capacidade de pensar e prevenir os riscos envolvidos nas práticas sexuais e no uso de drogas psicotrópicas – aí incluídas o álcool, e o cigarro”.

Há dois anos, os dois psicólogos participaram de uma equipe que trabalhou projeto similar no Colégio Visconde do Porto Seguro. Naquela oportunidade, foram atingidos alunos da oitava série do ensino fundamental e alunos de todos os anos do ensino médio.

“No projeto do Porto Seguro”, explica Fernando, “infelizmente não tivemos a oportunidade de trabalhar na formação de professores que viessem a dar continuidade às propostas preventivas junto aos alunos.

Não resta dúvida sobre a importância da participação de todo o corpo docente e da própria direção, em ações preventivas dentro de uma escola”. O psicólogo ainda acrescenta que a participação e apoio dos pais é fundamental para o sucesso de projetos como este.

Paralelamente, os psicólogos estão trabalhando em uma escola estadual, do bairro dos Pimentas, no município de Guarulhos: a Escola Estadual de 1º e 2º Graus Maria Aparecida Félix Porto.

Neste caso, o projeto atinge, prioritariamente, os professores, carentes de informação no trato, com seus alunos, de assuntos relacionados à AIDS e à sexualidade.

Nesta escola, o projeto é financiado pelo Ministério da Saúde em parceria com a Organização Não-Governamental IBEAC (Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário Queiroz Filho).

“Embora estejam sendo treinados dois grupos, totalizando 30 professores, o projeto tem uma abrangência bem maior, pois atinge alunos e a comunidade, passando de mil beneficiados”, diz Marcelo.

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