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Famílias bloqueiam um terço dos potenciais transplantes

São Paulo, 29 de Maio de 2001 (eHealthLA). A falta de órgãos tem constituído um grande problema, em nível mundial.

Concorre para isso a falta de conscientização da população, de maneira geral. Cerca de 35% dos órgãos em condições de transplante deixam de salvar vidas porque a família bloqueia essa doação.

Em todo o Brasil há nada menos que 17.000 pessoas à espera de um rim, o órgão mais transplantado. São realizados cerca de 2.800 procedimentos anuais.

É um número grande, mas longe de ser suficiente para cobrir todas as necessidades da população.

Segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado de S. Paulo, a vida média de um transplante com rim de doador cadáver é de onze anos.

A evolução dos medicamentos imunossupressores ajuda nesses números, pois até pouco tempo era de apenas sete anos essa média. Já um rim de doador vivo, em boas condições de compatibilidade, tem média superior a 25 anos.

Rapamune é um desses medicamentos, atuando no tratamento de rins transplantados. Desde a introdução da ciclosporina, há quinze anos, esta é uma das poucas vezes em que ficou demonstrada a capacidade de uma droga imunossupressora melhorar os índices de sobrevivência de enxertos.

Trata-se de medicamento administrado em dose única diária, associado á ciclosporina e corticóides. Testes apontaram sua eficiência, reduzindo a taxa de rejeição aguda em até 60% quando comparado aos esquemas tradicionais.

REJEIÇÃO - A rejeição de um órgão acontece porque o sistema imunológico é naturalmente programado para reagir aos elementos invasores, e na leitura do “código de defesa humano” um novo órgão transplantado é um invasor.

Diariamente o sistema imunológico vigia as células do corpo humano para distinguir entre as “próprias” e as “invasoras”. Depois desta divisão, o corpo trabalha para destruir as células invasoras que podem apresentar sérios perigos à saúde do indivíduo.

Assim, o mesmo sistema responsável por cuidar da saúde pode ser a maior ameaça ao sucesso de um transplante. Para que um transplante tenha êxito, é preciso baixar o sistema imunológico do paciente, o que se consegue com medicamentos imunossupressores.

Conforme o Centro de Transplantes de São Paulo, órgão vinculado à Secretaria de Saúde, um transplante de rim pode custar o tempo de 29 meses em fila de espera para o paciente.

Já no caso de fígado, a demora é de 385 dias, e o de coração 164 dias. Esses tempos são médios, pois dependendo do tipo sanguíneo do receptor, a espera poderá ser maior ou menor.

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