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Reprodução humana é debatida por especialistas internacionais, em S. Paulo

São Paulo, 28 de Maio de 2001 (eHealthLA). O nascimento do milionésimo bebê de proveta do mundo será comemorado em Londres nos próximos meses. O anúncio foi feito nesta sexta-feira, 25, em São Paulo, pelo médico inglês Robert Edwards, responsável pelo primeiro bebê de proveta do mundo, sua conterrânea Louise Brown.

“É um número fantástico. Significa que conseguimos transferir um método científico para dezenas de países”, comemorou o especialista.

Edwards participa até amanhã do “II Simpósio Internacional Novos Desenvolvimentos em Reprodução Assistida”, promovido pela Clínica e Centro de Reprodução Assistida Roger Abdelmassih.

Segundo Edwards, o primeiro bebê de proveta hoje tem 22 anos. “Louise é uma jovem feliz, equilibrada e charmosa”, comentou ele, acrescentado em seguida: “A ciência evoluiu muito, mas ainda casais que não conseguem ter filhos. Espero melhorar ainda mais os métodos de tratamento.”

Para o médico Roger Abdelmassih, organizador do evento, a troca de experiências entre especialistas internacionais é um fator decisivo no avanço da área.

“Há clínicas no Brasil que estão em pé de igualdade com os principais centros de pesquisa de tratamentos contra a infertilidade do mundo, no que diz respeito à qualidade do atendimento e em tecnologia”, afirmou.

Entre os temas do Simpósio estão a troca de citoplasma, técnicas de clonagem em mamíferos e seus benefícios para seres humanos, gravidez múltipla e infertilidade masculina. No entanto, um dos assuntos que mais despertou a atenção é a clonagem humana.

“As técnicas de clonagem precisam ser aprimoradas para que possamos entender os problemas de má formação. As mortes em testes de clonagem animal chegam a 97%. Clonagem não é só genética.

O assunto é muito sério”, alertou Edwards. “Os pais precisam estar conscientes de que os bebês poderão não se parecer com eles”, completou Sherman Silber, diretor de reprodução humana do St. Luke’s Hospital, de St. Louis, no Estados Unidos.

“Eficiência não significa o quê se faz, mas a qualidade do que é feito. Assim, podemos dizer que existe a possibilidade de se fazer clonagem humana. Mas, de maneira nenhuma, afirmar que hoje ela é eficiente”, completou Abdelmassih.

O médico húngaro Peter Nagy, diretor científico da Clínica Abdelmassih, acrescentou: “Hoje, o único ponto aceitável em relação à clonagem humana é para o tratamento de certas doenças.

Acredito na diversidade do mundo e quero manter essa diversidade”, afirmou. Robert Edwards concordou com ele: “Sou uma pessoa que já viveu muito e até hoje não encontrei ninguém que valesse à pena ser clonado.”

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