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Sexo de Risco e Taxas de HIV Voltam a Aumentar na Europa e EUA

Por Deborah Mitchell

CHICAGO (Reuters Health)
- Vários pesquisadores, que falaram terça-feira durante a 8a Conferência Anual sobre Retrovirais, descreveram novas tendências perturbadoras de um aumento do comportamento sexual de alto risco em pessoas infectadas pelo HIV, principalmente entre homens homo e bissexuais e grupos minoritários em cidades do interior.

Robert Janssen, do Centros para Controle e Prevenção de Doenças, em Atlanta (Geórgia), fez referência a três estudos importantes que sugerem que pode estar havendo um crescimento da incidência de HIV nos Estados Unidos e Europa.

No primeiro estudo, realizado pela equipe de William Whitingtom, da Universidade de Washington (Seattle), 959 homens homo e bissexuais foram examinados para doenças sexualmente transmissíveis (DST) e questionados sobre uso de droga e atividade sexual.

A equipe verificou que 43 por cento dos participantes que informaram praticar sexo anal nunca ou apenas algumas vezes usaram preservativos e 40 por cento não conversou sobre o HIV antes do sexo. De 337 homens HIV positivos, 45 por cento fizeram sexo com parceiros HIV negativos e 43 por cento fizeram sexo com parceiros cujo status não era conhecido.

Esse comportamento também foi mais frequentes entre homens mais jovens, usuários de drogas e homens que faziam sexo com homens que encontravam em saunas.

No segundo estudo -- chefiado por I. G. Stolte, do Serviço Municipal de Saúde de Amsterdã (Holanda) -- foram avaliados dados de 11.240 consultas por DST de homens homo e bissexuais.

Entre 1994 e 1999, os pesquisadores verificaram que as taxas de gonorréia anal aumentaram significativamente de 4 para 6,8 por cento e as taxas de sífilis, de 0,4 para 1,4 por cento.

"Não víamos taxas tão altas desde 1985", disse Janssen durante a palestra.

O terceiro estudo envolveu 256 pessoas HIV positivas, na maioria negros e latinos, tratadas no Bronx, entre 1997 e 1998. A equipe de Joseph P. McGowan, do Centro Hospitalar Libanês, no Bronx (Nova York), analisou o comportamento de risco destes pacientes onde quase metade era de homens.

A prática de sexo sem proteção depois do diagnóstico de HIV foi relatada por 60 por cento dos homens homo e bissexuais do grupo, 50 por cento das mulheres infectadas por HIV e 29 por cento dos homens heterossexuais.

Trocar sexo por dinheiro foi o fator associado diretamente com mais frequência a sexo sem proteção e a taxas mais altas de DSTs.

"Compreender os fatores que influenciam o risco crescente entre homens homo e bissexuais e outros infectados pelo HIV, assim como a resposta apropriada da saúde pública, podem ser os desafios mais importantes que enfrentaremos na prevenção do HIV", concluiu Janssen.

Sinopse preparada por Reuters Health

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