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Estados Unidos Revisam Diretrizes Para Tratamento Anti-Aids

05 de Fevereiro de 2001 (Bibliomed). As diretrizes revisadas de tratamento contra a Aids recomendam o adiamento da terapia anti-retroviral em pacientes que não têm sintomas, anunciarão pesquisadores do governo norte-americano na segunda-feira.

As novas recomendações pretendem reduzir os efeitos tóxicos das drogas potentes que as pessoas infectadas com HIV tomam para combater o vírus.

"A filosofia das diretrizes originais era combater de maneira severa e precoce", disse Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, à Reuters Health na quinta-feira.

"Essa filosofia era razoável se você assumisse que a terapia anti-retroviral poderia erradicar o vírus e, em última instância, fazer com que as pessoas não precisassem mais da terapia", acrescentou Fauci.

Mas Fauci explicou que, como atualmente não é possível eliminar o vírus completamente, é provável que as pessoas precisem continuar com seus medicamentos por tempo indeterminado. "Isso muda a relação risco-benefício para analisar as toxicidades do tratamento a longo prazo", disse Fauci.

"Se você observar as pessoas que vêm sendo tratadas há muitos anos, há uma incidência crescente de toxicidades...e emergência de organismos resistentes", acrescentou Fauci.

A característica típica da infecção com HIV é o dano ao sistema imunológico. A queda nos níveis de um tipo de célula sanguínea branca chamada célula CD4+ é um sinal que os médicos utilizam para monitorar essa destruição.

Anteriormente, a terapia anti-retroviral era recomendada a pacientes sem sintomas que tinham uma contagem de 500 células sanguíneas brancas CD4+ por microlitro de sangue ou 10.000 exemplares do vírus por mililitro de plasma de acordo com uma medida chamada teste de DNA ramificado.

A revisão atual recomenda o adiamento do tratamento até que a contagem de células CD4+ seja menor do que 350 células/microlitro ou que a carga viral seja superior a 30.000 no teste de DNA ramificado. Em essência, "estamos determinando a faixa em um estágio mais avançado da doença", destacou Fauci.

Algumas pesquisas recentes sugerem que o adiamento do tratamento dessa forma não terá um impacto na sobrevivência ou no tempo de desenvolvimento da Aids, afirmou Fauci. Mas esse adiamento pode ajudar a reduzir a incidência dos efeitos colaterais cumulativos tóxicos relacionados ao "coquetel" de drogas que os pacientes HIV positivo tomam.

Fauci enfatizou que as revisões de tratamento se aplicavam somente a pacientes assintomáticos. As diretrizes para pessoas com sintomas, ou cuja contagem de células CD4+ é inferior a 200 células/microlitro, não mudaram.

As diretrizes revisadas, um esforço conjunto do Departamento de Serviços de Saúde e Humanos e da Henry J. Kaiser Family Foundation, serão publicadas em 5 de fevereiro.

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