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Má Nutrição Prejudica Crescimento de Crianças Tibetanas

05 de Fevereiro de 2001 (Bibliomed). A má nutrição não fatores genéticos ou a grande altitude está impedindo o crescimento normal das crianças no Tibete, informaram pesquisadores.

Alguns estudos verificaram que as crianças que vivem em áreas de grande altitude como o Tibete tendem a crescer mais lentamente, enquanto outros estudos não são conclusivos. A equipe de Nancy S. Harris, do Instituto de Saúde Pública em Santa Cruz (Califórnia), comparou crianças pequenas no Tibete a crianças norte-americanas.

"Nossos dados mostraram que as crianças tibetanas não são 'pequenas, mas saudáveis'. Apresentam sinais clínicos de má nutrição assim como alta morbidade e mortalidade", informaram os pesquisadores. Problemas associados ao crescimento infantil incluíram prejuízo de desenvolvimento, redução de inteligência, dificuldades na escola e menor capacidade de trabalho quando adultos.

O estudo de quase 2.100 crianças no Tibete entre 0 e 84 meses verificou que mais da metade teve parada de crescimento moderada ou severa, associado a raquitismo, lesões cutâneas e abdome inchado. Prejuízo grave de crescimento ocorreu principalmente entre crianças que viviam em áreas rurais.

A conclusão de que o problema de crescimento pode ser consequência de fatores nutricionais pode ser usada para desenvolver programas de saúde para crianças em certos países, sugeriram os pesquisadores na edição de 1o. de fevereiro do New England Journal of Medicine.

A má nutrição e as doenças associadas "podem ser modificadas por alterações na educação e cuidados com saúde", concluíram os autores. Os pesquisadores se mostraram preocupados com a possibilidade de que teorias que associam grandes altitudes e crescimento infantil possam desviar a atenção da "necessidade urgente de programas de saúde maternos e infantis no Tibete".

"A cada dia que passa, as crianças do Tibete são afetadas por uma calamidade silenciosa que causa muitas mortes e inibe o desenvolvimento dos sobreviventes", avaliaram Glen E. Maberly e Kevin M. Sullivan, da Universidade Emory em Atlanta (Geórgia), em editorial que acompanhou o estudo.

"Quantos estudos as crianças do Tibete ainda vão ter de suportar antes que quem dispõe de recursos assuma compromissos econômicos e políticos para dizer que já basta: está na hora de tornar as coisa melhores?", alertaram os especialistas.

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