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BRASIL: Estudo Desmistifica Relação entre Hipertensão e Dores de Cabeça

São Paulo, 2 de Fevereiro de 2001(eHealthLA). A dor de cabeça, ou cefaléia, é o sintoma mais comum da espécie humana. Cerca de 98% da população já experimentou ao menos uma vez a sensação de pressão ou de latejo no crânio que pode durar de alguns minutos até vários dias.

Estima-se que 75% dos brasileiros apresentam de duas a cinco crises de cefaléia por mês. Muitos especialistas relacionam as dores de cabeça com um aumento na pressão sanguínea. Mas um novo estudo brasileiro, publicado na edição de janeiro de Archives of Internal Medicine, mostra que provavelmente essa crença é falsa.

O médico Miguel Gus, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, principal autor da pesquisa, explica que algumas publicações médicas ainda afirmam que a dor de cabeça é um sintoma de hipertensão. "A inconsistência na literatura sobre a relação dessas duas situações, hipertensão e dor de cabeça, criou alguns mitos entre os pacientes", afirmou.

Segundo Gus, um deles é que as pessoas podem usar alguns sintomas, como a dor de cabeça, para verificar se sua pressão sanguínea está alta.

Para Gus, as descobertas demonstram que, em pacientes com hipertensão moderada, não há associação entre dor de cabeça e pressão sanguínea. "Os profissionais de saúde devem desestimular os pacientes com hipertensão a acreditar que podem se basear na presença desse sintoma para saber seus níveis de pressão sanguínea", explicou. Segundo os cientistas, uma das limitações do estudo é que ele não incluiu pessoas com pressão sanguínea normal ou aquelas com pressão sanguínea alta grave.

Hipertensão

Segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), mais de 7 milhões dos pelo menos 12 milhões de hipertensos brasileiros não sabem que têm a doença, e apenas 2,7 milhões deles estão em tratamento.

Executivos são uma classe propensa à hipertensão, segundo os dados da SBH, pois além de estarem submetidos a alto nível de estresse, levam vida sedentária, têm dificuldade para controlar o peso e são levados a consumir álcool em reuniões sociais.

No que se refere à genética, 60% dos filhos de pais hipertensos desenvolvem a doença. Também por fatores genéticos, negros são mais vitimados pela hipertensão. Mulheres na menopausa também têm propensão à doença.

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