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Pesquisadores comprovam associação da enxaqueca com TDAH em crianças

14 de novembro de 2016 (Bibliomed). A dor de cabeça na criança é uma queixa extremamente comum, frequentemente causada por enxaqueca e quando frequente pode prejudicar o bem estar psicológico e desempenho escolar. Pesquisadores estimam que 4,4 milhões de crianças brasileiras sofram de enxaqueca e mais de 3 milhões de dias escolares sejam perdidos ao ano em decorrência da doença

Cerca de 3% a 5% das crianças em todo o mundo podem conviver com o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Os pesquisadores Marco Antônio Arruda e Marcelo Bigal, em um amplo estudo nacional realizado com 6.445 crianças de 87 cidades e 18 estados brasileiros, encontraram de forma inédita na literatura, uma forte associação dessa condição com a enxaqueca infantil.

A estimativa dos pesquisadores brasileiros é de que 4,4 milhões de crianças no Brasil sofram de enxaqueca e mais de 3 milhões de dias escolares são perdidos ao ano em decorrência dessa doença, que hoje apresenta tratamento e prevenção bastante eficazes.

Em outros estudos publicados, esses autores encontraram uma prevalência de enxaqueca em 10% das crianças brasileiras, além de outros resultados que indicam maior risco de baixo desempenho escolar, faltas à escola por causa da dor e índices mais baixos de bem-estar psicológico.

O achado inédito revela que crianças com enxaqueca apresentam um risco 3,3 vezes maior (ou seja, 230% maior) de também ter o diagnóstico de TDAH em relação às crianças sem dor de cabeça. Se consideradas apenas as crianças com crises de enxaqueca em mais de 14 dias ao mês, chamada de enxaqueca crônica, esse risco sobe para 8,2 vezes maior (720%). Por isso, a identificação e diagnóstico preciso de ambas as condições são fundamentais para o sucesso do tratamento dessas crianças.

Na pesquisa, os pesquisadores perceberam que 79% das crianças já haviam se queixado de dor de cabeça ao menos uma vez em suas vidas. Dessas, 47% apresentavam crises de dor de cabeça de forma episódica e não única, 38% queixavam-se de cefaleia menos de 5 dias por mês, 7% de 5 a 9 dias, 2% de 10 a 14 dias e 1,6% mais do que 14 dias por mês.

O assunto foi apresentado na palestra “Epidemiologia das cefaleias primárias em crianças brasileiras: um problema de saúde publica”, no XXX Congresso Brasileiro de Cefaleia e XI Congresso de Dor Orofacial

Fonte: XXX Congresso Brasileiro de Cefaleia e XI Congresso de Dor Orofacial

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