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Injeção de Contraceptivo Impede Produção de Esperma

30 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). Em uma descoberta que deve ser bem recebida pelas mulheres cansadas de serem responsáveis pelo controle dos nascimentos, um novo estudo demonstra que uma forma experimental de contracepção masculina suprime a produção de esperma.

A pesquisa traz boas notícias para os homens também, já que as injeções contraceptivas usadas no estudo são dadas somente a cada seis semanas, e não a cada uma ou duas semanas como outros contraceptivos masculinos em testes.

O regime testado na pesquisa inclui uma forma do hormônio sexual masculino testosterona, undecanoato de testosterona, e enantato de noretisterona (Nete), um hormônio usado em alguns anticoncepcionais femininos.

Durante um período de 24 semanas, todos os 28 homens saudáveis do estudo, entre 18 e 45 anos, receberam uma injeção de testosterona a cada seis semanas. Metade dos homens foi selecionada ao acaso para receber também injeções de Nete, enquanto os outros tomaram o placebo, ou pílula inativa, todos os dias.

Os homens dos dois grupos apresentaram um declínio na contagem de esperma, mas as reduções foram maiores naqueles tomando os dois hormônios, de acordo com Eberhard Nieschlag e sua equipe, da Universidade de Munster, na Alemanha.

Ao final do estudo, a produção de esperma foi completamente interrompida em 13 dos 14 participantes recebendo a combinação de hormônios, mas em somente sete dos 14 que tomaram apenas testosterona.

As descobertas estão publicadas em Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism.

As duas injeções causaram alguns efeitos colaterais, incluindo acne moderada e dor onde os hormônios foram injetados. E muitos homens tomando testosterona e Nete apresentaram um aumento de suores noturnos. Mas o estudo indicou que nenhum dos participantes largou o estudo devido aos efeitos colaterais e nenhum reclamou de mudanças no humor ou na função sexual.

Por outro lado, as injeções afetaram os níveis de colesterol, aumentando o LDL (o colesterol "ruim") e diminuindo o HDL (o colesterol "bom"). A combinação de hormônios apresentou efeitos mais significativos no colesterol do que somente a testosterona, mas os níveis de colesterol em todos os homens permaneceram dentro do padrão normal, de acordo com os cientistas.

"Em vista dos excelentes resultados e somente efeitos colaterais menores, a combinação de undecanoato de testosterona e Nete oferece um grande potencial de desenvolvimento de um contraceptivo masculino hormonal", disseram Nieschlag e sua equipe.

O próximo passo nos testes da combinação de testosterona e Nete será conduzir ensaios que incluam mais voluntários e estudos para determinar se as injeções podem ser dadas em menor frequência do que seis semanas, disse Nieschlag.

Eventualmente, os pesquisadores pretendem conduzir estudos para verificar se os hormônios não só detêm a produção de esperma, mas também se previnem a gravidez, acrescentou Nieschlag.

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