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31 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). Um pouco de flexibilidade no trabalho pode ampliar as possibilidades de ter funcionários felizes e produtivos.
De acordo com estudo publicado no Family Relations, as pessoas que achavam que seus gerentes eram flexíveis em relação ao horário e local de trabalho foram capazes de trabalhar mais antes de atingir seu limite, momento em que as exigências da competitividade parecem esmagadoras.
Em entrevista à Reuters Health, E. Jeffrey Hill, da School of Family Life da Universidade Brigham Young, em Provo (Utah), comparou a flexibilidade no local de trabalho a "um amortecedor de choque para o estresse de longas horas no emprego".
Por exemplo, ela oferece mais opções de moradia e permite aos funcionários dedicar mais tempo aos filhos e a tarefas domésticas -- por pouco ou nenhum custo para a empresa, explicou a equipe de Hill.
Nessa época de aumento da carga de trabalho, "a flexibilidade no período e local oferece boas possibilidades para ajudar as famílias a prosperar", disse Hill.
Em média, os trabalhadores norte-americanos passam cerca de seis horas além das 40 horas semanais no emprego comparados a trabalhadores da década de 60, informaram os pesquisadores. Mesmo a ida diária ao trabalho significa, em média, 45 minutos em ônibus e trens lotados, muitas vezes com mau tempo.
Para um casal com filhos em que ambos trabalham, o equilíbrio entre administrar trabalho e família pode ser precário. As pessoas que se sentem sobrecarregadas com demandas profissionais e familiares tendem a brigar mais com o companheiro, tomam menos contato com o dia-a-dia dos filhos, são mais propensas a ficar dependentes de álcool e ter uma qualidade de vida pior. Tudo isso pode se refletir no desempenho no trabalho.
Se antigamente equilibrar trabalho e família era tarefa exclusivamente feminina, agora afeta também os homens, que começam a assumir mais responsabilidades com os filhos e tarefas domésticas, observaram os pesquisadores.
Os resultados do estudo são baseados em dados de uma pesquisa com mais de 6.400 pessoas que trabalhavam na IBM em 1996.
Cerca de metade dos funcionários informou que tinha problemas para conciliar trabalho e vida familiar. Um número um pouco maior de homens relatou ficar mais tempo no emprego e as mulheres informaram gastar mais tempo em tarefas de casa.
Apenas 28 por cento dos indivíduos que trabalhavam entre 40 e 50 horas semanais com flexibilidade de horário e local informaram que tinham problemas para conciliar o trabalho e o lar, comparados a 46 por cento para os quais essas políticas não estavam disponíveis.
Do total, 29 por cento das pessoas com horários flexíveis expressaram dificuldade, comparadas a 44 por cento das pessoas sem flexibilidade. As pessoas com horários flexíveis poderiam trabalhar 60 horas semanais antes de se sentir sobrecarregadas, comparadas a 44 horas para pessoas sem flexibilidade.
Oferecer aos funcionários algum controle sobre onde e quando trabalhar pode ajudar a administrar as exigências da concorrência, concluíram os pesquisadores.
Entretanto, algumas pessoas podem ser incapazes de separar trabalho e família.
"Os indivíduos devem ter limites e não usar a capacidade de trabalhar em qualquer lugar e em qualquer momento para chegar ao extremo de trabalhar todo o tempo em todos os lugares", disse Hill. "Dar a um workaholic uma flexibilidade completa pode ser o mesmo que dar uma garrafa de gim a um alcoólatra", explicou o pesquisador.
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