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Consultas e Visitas Médicas Estão Durando Mais Tempo nos EUA

19 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). Tanto os médicos como os pacientes provavelmente ficarão espantados com os resultados de um novo estudo que revela que, ao contrário do que se acredita, a consulta médica ficou um pouco maior - e não menor - durante a última década.

Os resultados, publicados na edição de 18 de janeiro da revista The New England Journal of Medicine são apoiados pelo fato de que os cientistas usaram dois bancos de dados diferentes.

"Em resumo, os dados não confirmam a teoria de que os planos de saúde, informou David Mechanic, e colegas da Universidade Rutgers, em Nova Brunswick, em Nova Jersey, nos EUA. A equipe avaliou informações do Estudo do Ambulatório Nacional de Cuidados Médicos (NAMCS, na sigla em inglês) do Centro Nacional de Estatística Médica, e do Sistema de Monitoramento Socioeconômico da Associação Médica (SMS, na sigla em inglês).

"Entre 1989 and 1998, o número de visitas aos consultórios médicos aumentou de 677 milhões para 797 milhões", os autores escreveram.

"A duração média de uma consulta em 1989 era de 16,3 minutos, segundo o NAMCS e 20,4 minutos segundo a pesquisa do SMS", explicaram. Essas estimativas são baseadas no tempo que o médico e o paciente estiveram juntos no consultório.

"De acordo com as duas fontes de dados, a média de duração de uma consulta aumentou entre um e dois minutos entre 1989 and 1998", os pesquisadores informaram.

No entanto, a análise não pode identificar qualquer padrão nos serviços que foram prestados ou oferecidos que possam explicar a tendência de consultas mais prolongadas.

Pelo menos parte da explicação, a equipe de pesquisadores sugere, pode ser a "crescente competição" e uma maior variedade de serviços que estão sendo oferecidos -- como, por exemplo, uma periodicidade maior na monitoração da pressão sangüínea.

"Como podem os fatos estarem em tamanha discordância com a percepção?", perguntou Edward W. Campion, editor assistente da revista "The New England Journal of Medicine", em um editorial publicado na mesma edição que o estudo.

"Quando a percepção de tempo difere da realidade, é apropriado reconhecer as razões para a disparidade", Campion escreveu.

Campion sugere que a insatisfação do médico com o sistema gerenciado de atendimento indicado pelas seguradores é parcialmente responsável. No entanto, ele nota que "as razões do descontentamento dos médicos vai além dos problemas do atendimento gerenciado".

Há várias outras funções que são exigidas hoje de um médico, como registros e documentação, e há mais decisões que precisam ser tomadas uma vez que as opções de tratamento disponíveis ao paciente estão crescendo.

"Todos sabem que durante uma época as coisas estavam mais simples. E que ao lembrar de uma época mais simples é fácil assumir que as consultas no passado eram maiores do que elas realmente eram", o editorialista escreve.

"Se o ambiente for apropriado, uma consulta de 15 minutos pode ser adequada e confortável tanto para o médico como para o paciente", Campion conclui.

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